Percursos formativos do aluno do ensino secundário: abertura ao literário em FLE

Abstract

A sociedade impõe à Escola novos desafios que se reflectem nas aprendizagens. Um novo “sentir” da escola é consequentemente exigido de modo a possibilitar uma real transformação na maneira de gerir a pluralidade do mundo e permitir que o jovem adquira os instrumentos necessários e suficientes à continuação da aprendizagem crítica do mundo pautada por valores humanistas e centrada na abertura ao diverso e ao diferente. Entendemos que o ensino da leitura literária em língua francesa pode favorecer esta nova atitude de estar na escola e contribuir para a necessária coerência do sistema educativo na qual confluem o desenvolvimento do espírito crítico, o fomento do sentido de responsabilidade e de rigor, princípios que consideramos serem orientadores de uma cidadania actuante e propiciadora do enriquecimento do aluno, leitor do mundo. A partir da leitura do quadro pedagógico instituído a nível nacional e europeu, em articulação com os objectivos gerais estabelecidos para o ensino secundário e a análise de dois inquéritos aplicados a alunos e professores, propomos, pela abertura ao literário e particularmente no âmbito da língua francesa, imprimir uma dimensão diferente ao seu ensino. Nesse sentido projectou-se uma nova interacção texto literário-aluno-saber pela qual se preconiza atribuir ao jovem um papel activo e interventivo na cultura literária e se consigna a aula de leitura literária —dimensão reflexiva em língua francesa— como um espaço de comprometimento colaborativo.

La société impose à l’école de nouveaux défis qui ont des répercutions sur les apprentissages. Sentir l’école autrement est un projet à défendre de manière à rendre possible la compréhension du monde pluriel et interactif et munir les jeunes avec les instruments nécessaires et suffisants à une lecture permanente et critique du monde où les valeurs humanistes et l’esprit ouvert au différent soient des constantes. Dans ce cadre, on croit que la lecture de la littérature en langue française peut favoriser une cohérence éducative nécessaire à la formation des jeunes en développant le sens critique, la rigueur et la responsabilité sociale, principes qu’on considère les fondements d’une citoyenneté ouverte, pluriculturelle et démocratique, enrichissante des parcours des élèves, les lecteurs du monde. Prenant comme point de départ le cadre pédagogique national et les concepts européens pour l’éducation, articulés avec les objectifs établis pour l’enseignement secondaire et renforcés para l’analyse de deux enquêtes menées auprès des élèves et des professeurs, on propose, par l’ouverture au littéraire en langue française imprimer une dimension différente à l’enseignement. Dans se sens, on prétend définir une nouvelle interaction entre le texte littéraire, l’élève et le savoir, où le jeune joue un rôle actif dans la construction d’une culture littéraire et où la classe se définit comme un espace de collaboration et de compromis.

Society obliges schools to implement challenges which reflect in our learnings. A new way to feel at school is required in order to make the leading of world’s plurality possible and to enable teenagers, when they finish their schooling, with necessary and sufficient capacities to continue the learning of the world in a critical way considering human values and an open minded mentality to change. Through the reading of the national and European pedagogic frame, joined with the general aims established in the secondary school and the analyses of two enquiries to students and teachers, we propose, by an opening to French literature, to print a new dimension to teaching and participate in a humanist educational system. Considering the development of the critical spirit, sense of responsibility and strictness, principals which we consider as guidelines of an active citizenship that enriche pupils as world’s readers, we intend to reorganize the interaction between literature texts, pupils and knowledge by giving students an active play role on literature culture and conducting classes in a process of collaborative and committed work.