Estrutura interna do maciço granítico de Lusinde: aplicação da técnica de anisotropia de suscetibilidade magnética

Abstract

The Lusinde biotite granite constitutes a small late-post-tectonic Variscan massif, emplaced along the western termination of the Juzbado-Penalva Shear Zone (JPSZ). The main objective of this work was to apply the technique of anisotropy of magnetic susceptibility to better understand the internal structure and emplacement of the Lusinde massif. The Lusinde granite shows relatively low values of magnetic susceptibility (Km = 102 × 10-6 to 536 × 10-6 SI), typical of granites of the ilmenite series in which biotite is the main carrier of magnetic signal. Magnetic foliations are steeply plunging and strike subparallel to the pluton irregular margins. Magnetic lineations show rather variable directions and steep plunges, suggesting that the whole massif may correspond to a feeder zone. The studied pluton seems to belong to an E-W band of steep lineations traced along the northern border of the main mass of the Cota-Viseu granite and associated mafic and intermediate rocks, which has been interpreted as an alignment of feeder zones related to the extensional termination of the JPSZ. As a result, it is concluded that the emplacement of the Lusinde granite was tectonically controlled by the Juzbado-Penalva Shear Zone.

O granito biotítico de Lusinde constitui um pequeno maciço Varisco tardi-pós-tectónico, instalado na extremidade ocidental da Zona de Cisalhamento de Juzbado-Penalva (ZCJP). Este trabalho teve como objetivo aplicar a técnica de anisotropia de suscetibilidade magnética para melhor compreender a estrutura interna do maciço e a sua instalação. O maciço apresenta valores relativamente baixos de suscetibilidade magnética (Km = 102 × 10-6 a 536 × 10-6 SI), o que o permite incluir na série dos granitos com ilmenite, em que a biotite é a principal fase portadora do sinal magnético. As foliações magnéticas, com pendores elevados, tendem a dispor-se paralelamente às margens da intrusão. As lineações magnéticas, com direções variáveis e pendores elevados, sugerem que todo o maciço possa corresponder a um canal de alimentação. Com efeito, o plutão estudado parece fazer parte da faixa E-W de lineações subverticais que limita a norte a massa principal do granito de Cota-Viseu e os corpos de rochas básicas e intermédias a ele associados. Esta faixa foi interpretada como um alinhamento de zonas de alimentação relacionado com a terminação extensional da ZCJP, levando a concluir que a implantação do maciço de Lusinde foi tectonicamente controlada por este acidente.