A memória nos tempos modernos: quando as ações culturais nos comunicam espaços de saber, mitos, lendas, tradições

Abstract

A recuperação material e imaterial dos elementos do território tem conduzido ao (re)aproveitamento e (des)envolvimento de todo um conjunto de novas valências culturais, sociais e artísticas, preservando as tradições. Questionando as narrativas performativas, visuais e sonoras propostas pelas ações sociais, culturais e artísticas aí inseridas, percebemos no uso da Máscara, o mostrar de rituais e ritos, que se encontram, muitas vezes, apoiados em mitos e lendas reveladores das particularidades de um lugar, e da sua identidade. De modo a não perder os traços dessa identidade, a preservação da tradição torna-se um importante fator de salvaguarda da cultura e tradição, promovendo a conservação de lendas e mitos que se expõem ainda hoje em ações tais que A Guarda-Folia - O Enterro do Galo, a Queima dos Judas, o Carocho de Constantim, a Velha de Vila Chã, o Farandulo de Tó ou o Chocalheiro de Bemposta, bem como de diversos rituais e ritos de iniciação e fertilidade que encontramos ao longo de todo Portugal, mormente o Nordeste Transmontano. Sendo que o património reflete o modo como um povo se diz num espaço vivencial cada vez mais global, plural e multicultural, efetuaremos uma reflexão sobre a forma como a Máscara se expressa recurso material e imaterial, mas também como espaço de narrativa multicultural, mormente quando utilizada pelos Caretos da região de Trás-os-Montes, os Cardadores de Vale-de-Ílhavo, pelos personagens do Boi Bumbá no Brasil ou em a Diablada no Perú. Acresce o uso de uma indumentária própria do meio e das práticas nele demonstradas.