Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10773/9744
Title: Obesidade infantil: práticas alimentares e percepção materna de competências
Author: Costa, Maria da Graça Ferreira Aparício
Advisor: Pereira, Anabela Sousa
Nunes, Maria Madalena Jesus Cunha
Keywords: Pediatria
Obesidade
Crianças
Nutrição
Defense Date: 26-Jun-2012
Publisher: Universidade de Aveiro
Abstract: A obesidade infantil é um importante problema de saúde pública, não só pelos efeitos adversos durante a infância mas porque tende a persistir na idade adulta, constituindo um factor de risco para diversas doenças crónicas. Os alicerces de uma vida saudável estruturam-se na vida pré-natal e sedimentam-se nos seis primeiros anos de vida, sendo o crescimento da criança fortemente influenciado pelo seu contexto ambiental familiar. Foi neste âmbito que emergiu como objectivo geral deste estudo explorar as relações existentes entre os determinantes infantis (antecedentes obstétricos e peri-natais) e parentais (práticas alimentares, conhecimento dos pais sobre alimentação infantil, percepção parental de competência e percepção do peso da criança) e o desenvolvimento de excesso de peso em crianças pré-escolares. Este estudo, de carácter observacional e transversal, foi realizado com 792 crianças pré-escolares, idade M= 4,39 anos (±0,91Dp) e seus pais, residentes num concelho pertencente às NUTs III Dão-Lafões, sendo efectuada a avaliação antropométrica e classificação nutricional das crianças com base no referencial NCHS (CDC, 2000) e da OMS nos pais. O protocolo de pesquisa incluiu instrumentos de medida que validamos para a população portuguesa e a construção do Questionário de Conhecimentos sobre Alimentação Infantil (QAI) cujas propriedades psicométricas certificam a sua qualidade (Alfa de Cronbach = 0,942; Alfa de Cronbach teste re-teste = 0,977). Nas crianças, 31,3% apresentavam excesso de peso (12,4% obesidade), assim como 41,1% das mães (10,2% obesidade) e 64,4% dos pais (14,8% obesidade), sendo mais evidente nas mães o risco metabólico associado ao Perímetro da Cintura. As mães revelam mais conhecimentos sobre alimentação e sentimentos de eficácia mais elevados com o papel parental, enquanto os pais manifestaram mais sentimentos de motivação e satisfação. Os resultados obtidos corroboram existir efeito significativo dos determinantes infantis e parentais no excesso de peso da criança, designadamente: (i) do peso ao nascer, com impacto dos nascidos grandes; (ii) da higiene do sono especificamente dos que dormem menos de 11horas; (iii) dos que não brincam na rua, (iv) das mães mais jovens, do IMC e risco metabólico dos Pais; (v) da percepção parental da imagem corporal dos filhos, verificando-se que quanto mais elevado o IMC das crianças, mais distorcida é esta percepção dos pais; (vi) das crenças, atitudes e práticas alimentares e que permitem inferir que uma maior preocupação com o peso da criança, maior controlo, restrição e menor pressão para comer se associa a maior excesso de peso. As inferências evidenciam que, na vigilância de saúde periódica se torna imprescindível a valorização dos determinantes de risco biológicos e familiares do excesso de peso infantil, considerando programas de intervenção centrados na família, num processo que encontre sentido a partir daquilo que as famílias experienciam, de forma a ajudá-las a criar recursos fortalecedores de competência para uma parentalidade mais positiva.
Childhood obesity is a major indicator of public health, not only because of its adverse effects during childhood, but also because it tends to persist into adulthood, constituting a risk factor for several chronic diseases. The foundations of a healthy life are structured during prenatal life and gain consistency during the first six years of life, being the child growth and development highly influenced by their familiar context. It was in this context that the major aim of this study emerged, as to investigate the correlations between childhood (obstetric and prenatal background) and parental determinants (feeding practices, parental knowledge of infant feeding, parental perception of competence and children weight perception) and the overweight development in preschool children. This cross-sectional and observational study comprised by 792 preschool children, average age=4,39 years old (±0,91 SD) and their parents, resident in a NUTs III Dão-Lafões council. Children anthropometric evaluation and nutritional classification was based on the NCHS reference (CDC, 2000) and the WHO in parents. The research protocol included measurement instruments validated for the Portuguese population and the construction of a questionnaire “Questionário de Conhecimentos sobre Alimentação Infantil” (QAI) which psychometric properties certify its quality (Cronbach Alfa=0,942; Cronbach Alfa test retest= 0,977). The children, 31,3% were overweight (12,4% obese), as 41,1% of the mothers (10,2% obese) and 64,4% of the fathers (14,8% obese). Metabolic risk related to Waist Circumference was more evident in mothers. Mothers revealed to have better knowledge of feeding and higher feelings of efficiency with parental role, whilst fathers showed higher feelings of motivation and satisfaction. The results confirm the existence of significant effect of childhood and parental determinants in children overweight, namely: (i) the newborn weight, with impact on bigger newborns; (ii) the sleeping patterns, especially those who sleep less than 11 hours; (iii) not playing outside; (iv) the youngest mothers, the BMI and the parental metabolic risk; (v) the parental perception of their children body image, showing that the highest the child BMI, the more distorted parents perception; (vi) the beliefs, attitudes and feeding practices which showed that more concern with child weight, more control and restriction and less pressure to eat relates to more overweight. In periodic monitoring surveillance visits, become of major importance the valorisation of biologic and familiar risk factors related to overweight children, considering family-centred intervention programs, in a process that makes sense in the context of how each and every family experience, in order to help them to create strengthening resources of their own competence for a more positive parenting.
Description: Doutoramento em Ciências e Tecnologias da Saúde
URI: http://hdl.handle.net/10773/9744
Appears in Collections:UA - Teses de doutoramento
DCM - Teses de doutoramento

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Tese_maria costa.pdf17.12 MBAdobe PDFView/Open


FacebookTwitterLinkedIn
Formato BibTex MendeleyEndnote Degois 

Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.