Please use this identifier to cite or link to this item:
http://hdl.handle.net/10773/905
Title: | Effects of ozone in Scophthalmus maximus raised in a closed system |
Author: | Silva, João Diogo Formiga Rodrigues da |
Advisor: | Pacheco, Mário Guilherme Garcês |
Keywords: | Biologia marinha Piscicultura Pregado Ozonização da água Ozono |
Defense Date: | 2009 |
Publisher: | Universidade de Aveiro |
Abstract: | O tratamento de água por ozonização tem demonstrado ser uma
ferramenta útil na remoção de resíduos sólidos e estabilização da qualidade da
água em sistemas de recirculação, assim como no controle de doenças, pelo
que a sua relevância no contexto da piscicultura intensiva é consensualmente
assumida. Contudo, as suas consequências a nível bioquímico, fisiológico e
citogenético em peixes são ainda pouco conhecidas. Assim, o presente
trabalho teve como objectivo investigar os efeitos da exposição a ozono em
pregado (Scophthalmus maximus) através da avaliação do seu potencial
genotóxico (teste de anomalias nucleares eritrociticas - ANE), de indicadores
de stress (níveis plasmáticos de cortisol, glucose e lactato), de alterações nos
parâmetros hematológicos (concentração de hemoglobina - Hb, contagem de
eritrócitos e hemoglobina corpuscular média - HCM) e índices de condição
fisiológica (factor de condição de Fulton – K, índice hepatossomático – IHS).
Indivíduos com um peso médio de aproximadamente 75.0±1.41g foram
submetidos a 6 horas diárias de exposição a água tratada com ozono (0.15 mg
L-1) durante 3 dias consecutivos. Os peixes foram amostrados nos dias 1, 2 e
3, assim como 1 (R1) e 7 (R7) dias após o tratamento, de modo a avaliar a
eventual de recuperação. Um grupo controlo foi mantido nas mesmas
condições experimentais, mas sem exposição ao ozono. O teste t foi utilizado
para avaliar a significância estatística das diferenças entre os grupos tratado e
controlo a cada momento de amostragem.
Foi detectada uma indução de ANE ao longo da exposição, indicando
dano genético. Adicionalmente, este efeito clastogénico prolongou-se para
além do período de exposição até ao dia R7. A concentração de glucose
plasmática aumentou significativamente apenas no período pós-exposição (R1
e R7). Relativamente ao lactato plasmático, foram registados recorrentemente
níveis mais baixos nos animais expostos, apesar dessa descida ter sido
estatisticamente significativa apenas no primeiro dia de exposição e no dia R1.
O cortisol plasmático aumentou significativamente apenas no primeiro dia de
exposição, após o que se manteve inalterado até ao final da experiência. A
concentração de Hb aumentou significativamente nos dias 1 e 3, assim como
em R1, onde atingiu o nível máximo. Do modo semelhante, o nº de eritrócitos
aumentou significativamente nos dias 2 e 3, mostrando um efeito prolongado
até ao dia R1. Não se registaram alterações ao longo da experiência na HCM,
assim como no factor K e IHS.
Os resultados apontam claramente para uma condição de stress induzida
pelo ozono, expressa num aumento inicial de cortisol plasmático e um
aumento tardio da glicemia (período pós-exposição). A redução de lactato
plasmático observada pode constituir um aumento compensatório do
metabolismo aeróbico dos peixes expostos, o que está de acordo com o
aparente aumento do transporte de oxigénio, expresso nos aumentos de Hb e
nº de eritrócitos. Os custos metabólicos associados aos processos de
reparação do ADN e desintoxicação do ozono e/ou seus subprodutos, assim
como o desvio de energia para manutenção do metabolismo, podem ter
repercussões negativas na taxa de crescimento do pregado.
Globalmente, ficou demonstrado que os pregados juvenis não foram
capazes de se adaptar completamente à exposição a água tratada com ozono
em condições realistas, pelo que se sugere a interferência com a saúde dos
peixes. Os presentes resultados contribuem para um conhecimento biológico
da toxicidade do ozono e para o estabelecimento de margens de segurança na
aquicultura em sistemas de recirculação.
Apesar de o presente estudo ter sido desenhado para avaliar o impacto
do ozono no contexto dos sistemas de recirculação em aquicultura, o risco
para as populações aquáticas selvagens associado a descargas de efluentes
(municipais e industriais) tratados com ozono não pode ser subestimado.
Nesse sentido, assume particular importância o potencial genotóxico
demonstrado, dada a relação causal já demonstrada em relação a
malformações e lesões neoplásicas. Ozonation is proven useful in recirculating systems promoting the removal of solid matter, the stabilization of water quality and disease control, being thus consensually assumed that it could find a relevant place in the intensive fish culture. Nevertheless, its biochemical, physiological and cytogenetic effects on fish are still largely unknown. Hence, this research investigated the effects of ozone exposure in turbot (Scophthalmus maximus) by assessing its genotoxic potential (erythrocytic nuclear abnormalities assay - ENA), general stress indicators (plasma cortisol, glucose and lactate), alterations on hematological parameters (hemoglobin concentration - Hb, red blood cell count - RBC, and mean cell hemoglobin - MCH) and physiological state indices (Fulton’s condition factor – K, hepatossomatic index - HSI). Turbot specimens with an average weight of approximately 75.0±1.41g were subjected to a daily 6-hr ozone (0.15 mg L-1) exposure, repeated for 3 consecutive days. In order to assess the potential recovery after ozone treatment, fish were also analyzed on 1- (R1) and 7-day (R7) post-treatment. A control group was kept under the same experimental conditions but without ozone exposure. The t-test was used to assess the statistical significance of differences between ozone-treated and control groups in each sampling moment. A significant induction on ENA frequency was recurrently detected along the exposure period, signalling genetic damage. Moreover, this clastogenic effect was prolonged beyond the exposure period up to day R7. Plasmatic concentrations of glucose increased significantly only on the post-treatment period (R1 and R7) and no statistically significance were observed during the ozone exposure. Concerning plasma lactate concentration, lower levels were regularly found in ozone treated fish in relation to the control, even though statistically significant differences were recorded only on the first day of treatment and on R1. Plasmatic levels of cortisol revealed a significant elevation on ozone group following 1 day exposure and afterwards no significant alterations were recorded up to the end of the experiment. The Hb concentration was significantly increased on days 1 and 3, as well as on day R1 where it reached the maximum level. Similarly, RBC were significantly increased on days 2 and 3, showing a prolonged effect on day R1. No significant alterations were observed along the experiment on MCH levels, as well as on K factor and HSI. The results clearly pointed out an ozone-induced stressful condition, expressed by an early plasma cortisol increase and a late hyperglycemia (posttreatment period). The lactate-lowering effect observed may constitute a compensatory increase of the aerobic capacity of fish, which is in line with the apparent improvement in oxygen transport expressed by increased Hb and RBC. The metabolic costs associated with DNA repair and detoxification of ozone and/or ozone by-products, as well as an increased expenditure of energy to sustain fish metabolism, allowing less energy for growth, can have negative repercussions on turbot growth performance. Taking into account the overall data, it was demonstrated that juvenile turbot were not able to fully adapt to ozonated water under realistic conditions (considering the tested ozone levels and the exposure duration) and thus, the interference with fish health is hypothesized. The present findings contribute to a biological based knowledge of ozone toxicity and to the establishment of safety margins in aquaculture practices adopted in recirculation systems, promoting sustainability and fish welfare. Though the present study was designed to assess the impacted of ozonated water in the context of recirculation aquaculture systems (RASs), the risk to wild aquatic populations resulting from discharges of ozone primarytreated effluents (municipal and industrial) cannot be overlooked. In this regard, the genotoxic potential demonstrated can assume particular importance due to causal linkage with malformations and neoplastic lesions. |
Description: | Mestrado em Biologia Marinha |
URI: | http://hdl.handle.net/10773/905 |
Appears in Collections: | UA - Dissertações de mestrado PT Mar - Dissertações de mestrado DBio - Dissertações de mestrado |
Files in This Item:
File | Description | Size | Format | |
---|---|---|---|---|
2010001602.pdf | 634.38 kB | Adobe PDF | View/Open |
Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.