Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10773/40605
Title: Espaços de escuta, ruídos e pequenas revoluções: viver com as crianças entre a música, a educação e a investigação
Other Titles: Listening spaces, noises, and small revolutions: living with children between music, education and research
Author: Veloso, Ana Luísa
Keywords: Educação Musical
Som
Escuta
Infância
Criatividade
Issue Date: Nov-2023
Publisher: CIPEM | INET-md, Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto
Abstract: Desde meados do século XX que o campo da Educação Musical se debate com uma questão que parece fundamental para repensar como se poderá, no presente e no futuro, desenvolver e sustentar esta área de estudos nas escolas públicas em geral, pertençam elas ao ensino genérico, ou ao ensino especializado: Como evitar a “alienação” (Green, 2008, p.90) que tantas vezes ocorre entre alunas e alunos relativamente às práticas musicais que são desenvolvidas nas aulas de música? O que fazer face à literatura que nos diz que, apesar da música ser uma das atividades em que crianças e jovens mais se envolvem fora da escola, nos contextos de educação formal ela continua a ser, não raras vezes, a área disciplinar de que menos gostam (Finney, 2011; Finney & Philpott, 2010)? Partindo deste questionamento, que, na realidade, me acompanha desde a minha própria infância e adolescência, nesta conferência procurarei analisar o papel que o “escutar” e “dar a escutar” podem assumir numa construção pedagógica nova, alicerçada na empatia, na liberdade, na criatividade e no direito a que todas as crianças e jovens desenvolvam a sua musicalidade e identidades musicais, nas suas expressões mais diversas, de forma total e plena. A ideia de “escuta” – que será aqui analisada a partir de um universo multidisciplinar (Cox & Warner, 2017; Manyozo, 2016; Rinaldi, 2021; Solomos, 2020) – apresentar-se-á nesta comunicação como espaço que, convidando uma multiplicidade de vozes, se abre a todas as sonoridades, a todos os silêncios, a todos os ruídos, criando assim espaços para o surgimento de “Pedagogias Utópicas” (Wright, 2019), em que as crianças e jovens se assumem como protagonistas nas suas comunidades locais e únicas, criando “espaços revolucionários”, que contrariam as lógicas normativas e hierarquizadas do que é considerado adequado em termos pedagógicos e musicais. Partindo destas ideias, e centrando-me em alguns incidentes críticos e episódios retirados da minha própria prática como professora e investigadora ao longo dos últimos 15 anos, tentarei refletir sobre as possibilidades de uma pedagogia que abrace alunas e alunos como criadores, “speakers” (Biesta, 2010; Rancière, 1991), participantes de pleno direito em todo o processo, e que perspetive a atividade musical como uma experiência transformadora, revolucionária, que possa fazer a diferença nos percursos das crianças e jovens com quem interagimos diariamente nas nossas salas de aula.
Since the mid-twentieth century that the field of Music Education has been struggling with a question that seems crucial in rethinking how this study area might be developed and sustained in the present and in the future, in both general or specialized state schools: How can we avoid the "alienation" (Green, 2008) that so often occurs among pupils in relation to the musical practices that are developed in music classes? What may we do in the face of research studies that tell us that, although music is one of the activities in which children and young people are most involved outside school, in formal education contexts it often remains the subject area they least enjoy (Finney, 2011; Finney & Philpott, 2010)? Departing from these questions, which have been living inside me since my own childhood and teenage years, in this conference I will try to examine the role that "listening" can play in a new pedagogical approach, grounded on empathy, freedom, creativity and on the right of all children and youth to develop their own musicality and musical identities in their most diverse expressions, fully and completely. The idea of "listening" - which will be explored here from a multidisciplinary universe (Cox & Warner, 2017; Manyozo, 2016; Rinaldi, 2021; Solomos, 2020) - will be presented in this communication as a space that, inviting a multiplicity of voices, opens up to all sounds, all silences, all noises, thus creating spaces for the emergence of “Utopian pedagogies” (Wright, 2019), in which children and youth become the protagonists of their local and unique communities, creating "revolutionary spaces", that go against the normative and hierarchical logics of what is, quite often, considered appropriate in pedagogical and musical terms. Drawing from these ideas, and focusing on some critical incidents and episodes from my own practice as a teacher and researcher over the las 15 years, I will try to reflect on the possibilities of a pedagogy that embraces students as creators, "speakers" (Biesta, 2010; Rancière, 1991), full participants in the whole process, and that, at the same time, envisions musical activity as a transformative, revolutionary experience that might truly make the difference on the paths of the children and young people with whom we interact daily in our classrooms.
Peer review: yes
URI: http://hdl.handle.net/10773/40605
ISBN: 978-972-8969-72-1
Publisher Version: https://cipem.ese.ipp.pt/wp-content/uploads/2023/11/Programa-Escola-de-Outono-2023.pdf
Appears in Collections:DeCA - Comunicações
INETmd - Comunicações

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Livro de Resumos Escola-de-Outono-2023_Ana_Veloso.pdf502.67 kBAdobe PDFView/Open


FacebookTwitterLinkedIn
Formato BibTex MendeleyEndnote Degois 

Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.