A música ao alcance de todos: “Paluí” – uma experiência transdisciplinar de expressão e co-criação artística como caminho no combate ao estigma da doença mental

Abstract

Esta pesquisa em práticas artísticas participativas centra-se no estigma da doença mental e associa-se ao projeto Paluí, está aqui? Histórias sonoras para cantos interiores. Procurando contribuir para o desenvolvimento da literacia em torno daquela forma de exclusão social, caracterizou-se pelo estudo musical de Paluí e de formas criativas de transformação num espetáculo que, paralelamente aos propósitos inclusivos e sociais, pudesse dar resposta a: construção de uma experiência expressiva e transdisciplinar; processos de cocriação e interpretação musical e artística entre todos os participantes; exploração de formas cénicas: teatro, dança, vídeo e artes manuais; apresentação no Festival Ao Alcance de Todos. Participaram estudantes, professores e investigadores de música, design e artes visuais da Universidade de Aveiro e Instituto Politécnico do Porto, um músico da Casa da Música, um grupo de crianças de uma escola de Aveiro e utentes e pacientes do Hospital Magalhães Lemos. Sendo o estigma da doença mental uma dimensão e perceção de exclusão social, o que é realizado e demonstrado ao longo do processo coletivo e em dois concertos apresentados na Casa da Música, cruzado com registos de natureza subjetiva, sugere interpretar que a experiência constituiu um caminho de (co)construção e inclusão social através da imaginação musical e transdisciplinar.

This research into participatory artistic practices centres on the stigma of mental illness and is associated with the project Paluí, está aqui? Histórias sonoras para cantos interiores. Seeking to contribute to the development of literacy around this form of social exclusion, it was characterised by the musical study of Paluí and creative ways of transforming it into a performance that, alongside inclusive and social purposes, could respond to: the construction of an expressive and transdisciplinary experience; co-creation and musical and artistic interpretation between all the participants; exploration of scenic forms: theatre, dance, video and manual arts; presentation at the Ao Alcance de Todos Festival. Participants included students, teachers and researchers in music, design and visual arts from the University of Aveiro and the Polytechnic Institute of Porto, a musician from Casa da Música, a group of children from a school in Aveiro and users and patients from the Magalhães Lemos Hospital. Since the stigma of mental illness is a dimension and perception of social exclusion, what is realised throughout the collective process and in two concerts presented at Casa da Música, crossed with evidences of a subjective nature, suggests that the experience was a path of (co)construction and social inclusion through musical and transdisciplinary imagination.