Investigação em design e o seu papel sociocultural: a oportunidade crescente do design participativo como metodologia para a inclusão na literacia musical

Abstract

Design, as a discipline, has had a sociocultural role since its inception by having the responsibility of, combining aesthetics and function, responding to the needs of the population. In the 20th century, especially with the post-World War consequences, Design gained a projection of its social role and designers increased the urgency with which they used their knowledge to elaborate answers, strategies and methodologies so that they could better respond to the growing needs. of people. The social, cultural and political changes around the world influenced both Design and designers, and several movements emerged, such as Design for All, Universal Design, Human Centered-Design, Accessible Design and Inclusive Design are examples of this continuous development of their socio-cultural role. Participatory Design as a methodology was also created to respond to Human Rights, in the 1970s, in Scandinavia, and had a strong impact on Design Research. The social and cultural role of Design is unquestionable and the potential for expanding the public covered by research in the area, using Participatory Design for inclusion projects is, in fact, a natural development of the methodology. From its use, several opportunities to improve social and cultural issues can arise and be answered from the point of view of the public - the group of people for whom the design is made - or user - the person who will use the product resulting from the design. - and not the perception of an individual external to the group and its reality; that is, the designer becomes an agent of change together with the individual(s) for and with whom the project - and its result - is developed. In this article, we intend to explore the methodology of Participatory Design and build a bridge between this methodology and Inclusive Design, as well as organize reflections on this subject and how to put this methodology into practice as a resource for inclusion, and taking as a case of state the development of an investigation with children, between 5 and 7 years old, that crosses musical literacy with Information Design.

O Design, enquanto disciplina, tem um papel sociocultural desde a sua criação ao ter a responsabilidade de, aliando estética e função, responder às necessidades da população. No século XX, sobretudo com as consequências pós-Guerras Mundiais, o Design ganhou uma projeção do seu papel social e os designers aumentaram a urgência com que utilizavam o seu conhecimento por elaborar respostas, estratégias e metodologias, para que pudessem responder melhor às crescentes necessidades das pessoas. As mudanças sociais, culturais e políticas ao redor do mundo influenciaram tanto o Design e os designers, que surgiram diversos movimentos, tais como, Design for All, Design Universal, Human Centered-Design, Design Acessível e Design Inclusivo são exemplos deste contínuo desenvolvimento do seu papel sócio-cultural. O Design Participativo como metodologia também foi criado para responder aos Direitos Humanos, na década de 1970, na Escandinávia, e teve forte impacto na Investigação em Design. O papel social e cultural do Design é inquestionável e o potencial de expansão do público abrangido pela investigação na área, com utilização de Design Participativo para projetos de inclusão é, de facto, um desenvolvimento natural da metodologia. A partir do seu uso, diversas oportunidades para melhorar questões sociais e culturais podem surgir e ser respondidas do ponto de vista do público - grupo de pessoas para o qual o design é elaborado - ou usuário - a pessoa que vai utilizar o produto resultante do design -, e não da percepção de um indivíduo externo ao grupo e à sua realidade; ou seja, o designer torna-se agente de mudança em conjunto com o(s) indivíduo(s) para e com quem o projeto - e resultado do mesmo - é desenvolvido. Neste artigo, pretendemos explorar a metodologia do Design Participativo e construir uma ponte entre esta metodologia e o Design Inclusivo, bem como organizar reflexões sobre este assunto e como colocar essa metodologia em prática como recurso para a inclusão, e tomando como caso de estado o desenvolvimento de uma investigação com crianças, entre os 5 e os 7 anos, que cruza a literacia musical com o Design de Informação.