Sentir a natureza: passeios pedestres como elementos centrais de uma experiência turística

Abstract

A procura de espaços naturais para o desenvolvimento de actividades turísticas tem vindo a crescer bastante nas últimas décadas. Portugal apresenta bastantes recursos de qualidade para o desenvolvimento destas actividades. Em 90 000 mil quilómetros quadrados, 22% do território português é ocupado por áreas protegidas. Um terço do país (3,3 milhões de hectares) é constituído por floresta e existem inúmeros espaços agrícolas. No entanto, para além de ser necessário uma eficiente gestão dos espaços naturais também se torna pertinente conhecer os gostos e a percepção da paisagem por parte dos seus vistantes. Neste artigo apresentamos um estudo, de âmbito exploratório, onde se comparam pessoas que procuram actividades na natureza (pedestrianistas, tanto de origem doméstica como internacional) com pessoas que não apresentam o hábito de desfrutar a natureza para fins de lazer e turismo, para verificar quais as respectivas preferências e percepções face à natureza. Verificou-se que, geralmente, os inquiridos preferiam ambientes naturais que apresentem a presença do homem e paisagens que possuam elementos aquáticos, embora haja diferenças entre os grupos analisados. Estes resultados são bastantes pertinentes para a promoção e o desenvolvimento de actividades em espaço natural direccionadas para segmentos de mercados específicos.

The Demand of natural areas for the development of tourism has been growing considerably in the last decades. Portugal has many quality features for the development of these activities. In 90 000 square kilometres, 22% of the Portuguese territory is occupied by protected areas. One third of the country (3.3 million hectares) consists of forest and agricultural areas are numerous. However, besides being required an efficient management of natural areas also becomes relevant to know the tastes and perceptions of the landscape by its visitors. This article presents a exploratory study, where it’s compared people seeking activities in nature (hikers, from both the domestic and international origin) with people who do not have the habit of enjoying nature for leisure and tourism, to see what are their preferences and perceptions in the face of nature. It was found that, generally, respondents preferred natural environments that have the presence of man and landscapes that have water features, although there are differences between the groups. These results are quite relevant to the promotion and development of activities in the countryside directed to specific market segments.