Alunos com necessidades educativas especiais (con)fundidos entre escola e família: problemas de colaboração e a intervenção nesse sistema comunicacional no 1º ciclo do ensino básico

Abstract

0 tema deste trabalho é a relação pais-professores-alunos com necessidades educativas especiais, mais especificamente dificuldades (desempenhos abaixo do esperado com carácter permanente) no 1º ciclo do ensino básico. A incidência recai sobre os problemas que afectam a colaboração e as formas de intervir no sentido de re-instaurar um clima adequado na relação. Desenvolvido num enquadramento sistémico-comunicacional, pretende perceber as dificuldades que pais, professores e alunos, enfrentam no dia a dia da sua relação, qual o significado que as dificuldades educativas especiais assumem e como ultrapassar esses problemas. A metodologia escolhida baseia-se no estudo de caso e na abordagem participativa. A recolha dos dados efectuou-se ao longo do ano lectivo 1994/95, com 4 casos de alunos com dificuldades educativas especiais (Lina, Tina, Jaime e Maria), caracterizados pelos professores como problemáticos a nível da colaboração escola-família. 0 estudo de cada situação envolveu cinco fases: análise do pedido do professor, reformulação do pedido por todos os intervenientes, leitura do sistema, intervenção e avaliação. Os instrumentos utilizados foram vários, nomeadamente, entrevistas semi-estruturadas, análise de documentos, observação, questionários e notas de campo. A análise dos dados, de ordem qualitativa, baseou-se no estudo dos casos (descrever e explorar as situações). Os principais resultados indicam que os casos que afligem os professores são aqueles onde a colaboração é indefinida - "colaboram, mas ..." -, embora esta seja sempre uma leitura linear - "os pais não colaboram!". Estes problemas resultam de desfasamentos, de várias ordens: sociais, culturais, pessoais (características da personalidade) e pedagógicas. A intervenção deve ser realizada a partir duma negociação de todo o sistema e enquadrada por um mediador. 0 sistema pais-professor-aluno tem de se conhecer e estabelecer finalidades comuns de actuação, só assim, a continuidade do processo educativo da criança é garantida. 0 mediador, membro menos envolvido, é fundamental para reenquadrar malentendidos no sistema e manter as alterações. Esta colaboração deve ter em conta o momento do processo educativo da criança em que ocorre, ou seja, a transição da dependência para a autonomia e, nesse sentido, perceber que os pais não podem estar nem demasiado próximos nem tão distantes que sejam intocáveis. 0 processo educativo da criança no momento em que chega à escolarização deve unir pais e professores para dar continuidade à educação mas deve afastá-los para fomentar a autonomia do aluno.

The theme of this essay focuses on the relationship parents-teachers-students with special needs, more especifically difficulties (performance below the expected, with a permenant character) during primary school. The main issue are the problems thath affect collaboration and the meens of intervening in order to re-instaur an adequate climate in the relation. Developed in a sistemic and communicational theoretical frame it intends to understand the difficulties that parents, teachers and students, face in their day to day relationship, the meaning special educational difficulties assume and how to get over those problems. The chosen methodology is based on a case study and on a participative approach. Data was collected during school term 1994/95, with four cases of students with special educational difficulties (Lina, Tina, Jaime and Maria), described by the teachers as problematic as far as school-family collaboration is concerned. The study analysis of each situation involved five phases: analysis of teacher's request, request reformulation by all intervenients, system reading interpretation, intervention, evaluation. Several instruments were used, including semi-structured interviews, documents anlysis, observation, questionnaires and field notes. Qualitative data analysis was based on the case studies (describing and explore the situations). The main results indicate, that the cases which concern the teachers the most, are those where collaboration is indefined - "collaborate but ..." -, although this is always a linear interpretation - "the parents do not collaborate". This problems are a result of social, cultural, personnal qualities (personality characteristics) and pedagogics gaps. Intervention should be done on a negotiation basis of the whole system and framed by a mediator. The parents-teachers-student system, has to get to know each other and has to establish commum goals of actuation, thi6 is the only way, the continuity of the child educational process is garanteed. The mediator, the less involved member, is fundamental to the re-frame misunderstanding in the system, and to maintain the changes. This collaboration must be aware of the moment in which the childs educational process occurs, this is, the transition of dependence to authonomy, which means, understanding that the parents can not be too near, more too distant, being intouchable. The child educational process, at the moment it reaches the school, should join parents and teachers, in order to give continuity to education, but it should separate them, so that the students authonomy can be inhanced.

Ce travail a pour thême la relation parents-professeurs-élêves ayant des besoins educatifs spéciaux, plus particuliéremeré des difficultés (resultats audessus du prévu avec um caractére permanent) dans l'enseignement primaire. D'accent porte sur les problémes qui afectent la colaboration et les formes d'intervention dans le sens de re-installer un climat propice à cette relation. Developpé dans un quadre systemico-comunicationnel, il pretend comprendre les difficultés auxquelles, parents, professeurs et élèves, font face dans leur relation quotidiennement; quel sens assument les difficultés educatives spéciales e comment depasser ces problémes. La méthodologie choisie s'appuye sur l'étude des cas et sur l'abordage participative. La selection des donneés s'est effectuée tout au long de l'année scolaire 1994/95, avec quatre cas d'élèves ayant des difficultés educatives spéciales (Lina, Tina, Jaime et Maria), décrits par le professeurs comme problematiques au niveau de la colaboration école-famille. L'étude de chaque situation englobe cinq phases: l'analyse la demande du professeur, la reformulation de la demande par tous les parties intervenantes, le lecture du système, d'intervention e l'évaluation. J'ai utilisé divers instruments, c'est à dire, entrevues semi-structureés, analyse de documents, observation, questionnaires et des notes prises sur le terrain. L'analyse des données, d'order qualitatif, s'est basée sur l'étude des cas (décrire et exploiter les situations). Les principaux résultats indiquent que les cas qui préocupent les professeurs sont seux oú la colaboration est que ce indéfinie - "Ils colaborent, mais ..." -bien est soit toujours une lecture lineaire -"Les parents ne colaborent pas!" Ces problémes résultent de ruptures de plusieurs cathégories: sociaux, culturels, personnels (caracteristiques de la personnalité) et pedagogiques. L'intervention doit se realiser à partir d'une negociation de tout le sistéme e encadrée par un médiateur. Le système parents-professeur-elèves doit se connâitre et établir des buts communs, c'est uniquement de actuat de cette manière que sera garantie la continuité du processus educatif de l'enfant. Le médiateur, membre moins engagé, est necéssaire pour re-encadre les malentendus dans le système et maintenir les alterations. Cette colaboration doit tenir en compte le moment du processus educatif de l'enfant oú il survient, c'est à dire, la transition de la dépendance vers l'autonomie et, dans ce sens, comprendre que les parents ne peuvent pas être ni trop prés ni trop loin au point de devenir inaccessibles. Le proccés éducatif de l'enfant, au moment de la scolarisation doit unir parents et professeurs afin de donner une certaine continuité à l'éducation mais doit les éloigner pour encourager l'autonomie de l'élève.