Negotiating power between literature and law: Unity Dow’s women

Abstract

Unity Dow is a writer, former judge, and well-known human rights lawyer from Botswana. In feminist legal studies, Dow is associated with her ground-breaking court battle, commonly known as The Citizenship Case. Dow claims the law to be conceptually male, which has resulted in discriminatory legislation against women in Botswana. Within Literary Studies, law and literature research suggests that fiction can be a meaningful venue in the struggle for human rights. The novels of Unity Dow offer a reading of the interconnection between women’s empowerment through education and progressive development of their constitutional literacy. Dow identifies and investigates some of the means whereby women have been disempowered. These include customary law and common law, which have concertedly relegated women to a position of subservience to the established male order, where financial dependence and insufficient legal visibility facilitate gender discrimination and social injustice. Dow’s protagonists are young, educated or fairly educated, and highly motivated. These resources, however, do not guarantee their causes complete success. Dow’s writing suggests significant political unwillingness to identify and act against men in morally undeserving positions of power. Dow is, therefore, only partly optimistic in her approach to the struggle against gender discriminatory behaviour and child abuse as represented in her novels. Dow’s women are met with inflexible notions of masculinity and femininity, asymmetric gender and economic power dynamics, and organised networks of exploitation and abuse no country in free of. That being the case, Dow has joined writers from every continent who have through literature pushed for change.

Unity Dow é uma escritora, antiga magistrada e conhecida advogada de direitos humanos do Botswana. Na teoria feminista do direito, o nome de Dow é frequentemente associado ao caso judicialmente inovador denominado The Citizenship Case ou O caso da Cidadania. Dow afirma que o direito é conceptualmente masculino, o que explica a existência de legislação discriminatória para as mulheres do Botswana. Nos Estudos Literários, estudos na área do direito e literatura sugerem a última como um meio importante na luta pelos direitos humanos. Uma leitura possível dos romances de Unity Dow é a interligação entre a escolaridade das mulheres e o desenvolvimento progressivo da sua literacia constitucional. Dow identifica e questiona alguns dos meios através dos quais o poder tem sido negado às mulheres. Estes incluem direito tradicional e direito de origem inglesa e romanoholandesa que relegaram as mulheres para uma posição de subserviência à ordem masculina estabelecida, onde a dependência financeira e a insuficiente visibilidade legal facilitam a discriminação de género e a injustiça social. As protagonistas de Dow são mulheres jovens, com escolaridade elevada ou bastante elevada e profundamente motivadas. Estes recursos, no entanto, não garantem o sucesso pleno das suas causas, nem daqueles com quem trabalham. As obras de Dow sugerem uma significativa falta de vontade política em identificar e atuar contra homens em posições moralmente imerecidas de poder. Nesta perspetiva, Dow é moderadamente otimista na abordagem da luta contra a discriminação de género e o abuso de crianças nos seus romances. As mulheres de Unity Dow são confrontadas com noções inflexíveis de masculinidade e feminilidade, com dinâmicas assimétricas de género e de poder económico, e com redes organizadas de exploração e abuso que nenhum país pode afirmar não ter. Assim sendo, Dow é, como alguns escritores de todos os continentes, uma escritora empenhada na sensibilização para a mudança través da literatura.