Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10773/36568
Title: Iberian lynx as a deer hunter: trophic ecology and social impacts of a reintroduced large carnivore
Other Titles: O lince-ibérico como um caçador de cervídeos: ecologia trófica e impactos sociais de um grande carnívoro reintroduzido
Author: Severino, Pedro Rafael Pinto
Advisor: Ferreira, Eduardo Manuel Silva Loureiro Alves
Sarmento, Pedro Bernardo Marques da Silva Rodrigues
Keywords: Diet
Lynx pardinus
Fallow deer
Livestock predation
Attitudes
Livestock owners
Hunting managers
Knowledge
Human-Human conflict
Defense Date: 16-Dec-2022
Abstract: The Iberian lynx (Lynx pardinus) represents a success case on the recovery of an endangered large carnivore through reintroduction. However, since the first releases in 2014 in the Vale do Guadiana region, Portugal, there have been frequent attacks on wild ungulates, something unexpected from a rabbit specialist, and which has raised concerns by residents regarding damages on livestock breeding and hunting. The present work aimed to understand the importance of wild ungulates for lynx’s diet in Portugal and if this feeding behaviour had any repercussions on local resident’s attitudes towards lynxes. The first study consisted in the diet analysis of three population nucleus of Iberian lynx in areas differentiated by their different wild ungulate density. The results demonstrated that European rabbit was lynxes’ main prey (Frequency of occurrence, FO: 75.9% – 88.9%; Consumed biomass, BIOc: 59.1% - 98.4%). It was observed significant differences between the three sampled areas due to the high consumption of wild ungulates particular to the Romeiras area (FO: 27.6%; BIOc: 24.2%), of which fallow deer was predominant (FO: 19.0%; BIOc: 20.0%). Three possible factors were identified that would explain said differences: ungulate relative abundancy, vulnerability and the exposition to high densities of ungulate during acclimatization period of soft-released individuals, used only in Romeiras area. It’s also highlighted the first record of domestic ungulate consumption by Iberian lynx in Portugal. This analysis reveals the importance of monitoring the trophic ecology of Iberian lynx to help the adaptive management of this reintroduced population. Through the second study, it was aimed to understand the attitudes towards Iberian lynx of the social sectors most affected by this predator presence: livestock owners (LO) and hunting managers (HM). The variables of Perceived Predator Impact, Knowledge about the Lynx and Perception on Local Conservation Agency were measured to test their correlation with interviewee’s attitudes. Using a non-random approach previously used in the region, 33 semi-structured interview were done (LO: N = 26; HM: N = 7). It was observed overall positive attitudes among landowners, being stronger for HM. A more complete knowledge about the species and more positive opinions regarding Parque Natural do Vale do Guadiana (PNVG) induced more positive attitudes towards lynx. The less positive attitudes of LO seemed to be a result of high risk perception due to a high indirect exposure to lynx attacks on livestock, corroborated by the observed Not in My Back Yard (NIMBY) effect. The wild ungulate predation didn’t provoked effects on residents’ attitudes, but it may have contributed to an increase of the risk felted by LO. Interviewee’s opinions highlighted the necessity of a closer and more effective communication with PNVG staff, especially with LO, in order to preserve and increase positive attitudes regarding lynxes’ presence, indispensable to their long-term conservation.
O lince-ibérico (Lynx pardinus) representa um caso de sucesso na recuperação de um grande carnívoro ameaçado através de um processo de reintrodução. No entanto, desde as primeiras libertações na região do Vale do Guadiana, Portugal, em 2014, têm sido verificados ataques frequentes a ungulados selvagens, algo não expectável de um predador especialista em coelho, e que tem levantado preocupações por parte dos residentes relativamente aos prejuízos desta espécie para a criação de gado e para a atividade cinegética. Com este trabalho procurou-se perceber a importância de ungulados selvagens na dieta da população portuguesa de lince-ibérico e se este comportamento alimentar teve repercussões nas atitudes dos residentes locais em relação aos linces. O primeiro estudo consistiu na análise da dieta de três núcleos populacionais de lince-ibérico em áreas com diferente densidade de ungulados selvagens. Os resultados demostraram que o lince ibérico consome preferencialmente coelho-bravo (Frequência de ocorrência, FO: 75.9% - 88.9%; Biomassa consumida, BIOc: 59.1% - 98.4%). Observou-se diferenças significativas na dieta entre as três áreas amostradas devido ao elevado consumo de ungulados selvagens particular da área das Romeiras (FO: 27.6%; BIOc: 24.2%), dos quais se destaca o gamo (FO: 19.0%; BIOc: 20.0%). Foram identificados três fatores que podem influenciar essa diferença: abundância relativa de ungulados, vulnerabilidade e a exposição a uma elevada densidade de ungulados durante a aclimatização dos indivíduos reintroduzidos com o método de “soft-release”, aplicado apenas na área das Romeiras. Destaca-se também a primeira confirmação de consumo de ungulados domésticos por lince-ibérico em Portugal. Esta análise revela a importância da monitorização da ecologia trófica do lince-ibérico para uma melhor gestão adaptativa das populações reintroduzidas. Através do segundo estudo procurou-se compreender as atitudes relativamente ao lince-ibérico dos perfis sociais mais afetados pela presença deste predador, os criadores de gado (LO) e os gestores cinegéticos (HM). Foram feitas medições de três variáveis: Perceção de Impacto de Predadores, Conhecimento sobre o Lince, e de Perceção da Agência de Conservação Local, de modo a testar a sua correlação com as atitudes dos entrevistados. Com base numa abordagem não-aleatória anteriormente usada na região, foram realizadas 33 entrevistas semiestruturadas (LO: N = 26; HM: N = 7). Observou-se a prevalência de atitudes positivas entre os proprietários, sendo mais fortes para os HM. Um conhecimento mais completo sobre a espécie e uma opinião mais positiva sobre o Parque Natural do Vale do Guadiana (PNVG) provocaram atitudes mais positivas relativamente ao lince. As atitudes menos positivas dos LO aparentaram estar relacionadas com a sua elevada perceção de risco devido a uma maior exposição indireta a casos de ataques de lince a animais domésticos, corroborada pelo efeito “Not in my back yard” (NIMBY) verificado. A predação de ungulados selvagens não produziu efeito sobre as atitudes dos residentes, mas pode ter contribuído para o aumento do risco sentido pelos LO. As opiniões dos entrevistados realçaram a necessidade de uma comunicação mais próxima e eficaz com os trabalhadores do PNVG, especialmente para com os LO, de modo a preservar e a incrementar as atitudes positivas em relação à presença do lince, indispensáveis para a sua conservação a longo termo.
URI: http://hdl.handle.net/10773/36568
Appears in Collections:UA - Dissertações de mestrado
DBio - Dissertações de mestrado

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