A audição e o tato na construção dum conhecimento sensorial e motor da escala do violino

Abstract

Um dos principais desafios que se colocam ao nível da prática do violino (e dos instrumentos de corda friccionada) é a questão da afinação, nomeadamente onde pressionar as cordas na escala, visto que o instrumento não tem trastes ou outras referências visuais e táteis ao longo do seu braço. Durante os primeiros anos de aprendizagem do instrumento alguns docentes utilizam fitas autocolantes ou outras ajudas visuais para auxiliar o processo de mapeamento da escala. Ao longo da sua formação e prática do instrumento, os alunos devem, progressivamente, conseguir construir mentalmente o mapeamento das notas, organizando-as em cada posição. No entanto, mostram-se muitas vezes dependentes da visualização dessas referências visuais. No sentido de agilizar o processo de construção mental deste mapeamento da escala, este projeto de investigação sugere o uso consciente dos dois sentidos - audição e o tato, para que o aluno construa com segurança este mapeamento sem depender unicamente da visão, e desenvolva mais rapidamente a capacidade de posicionamento dos dedos da mão esquerda. Serão implementados vários testes realizados com e sem venda nos olhos, e com o uso e não uso de fitas autocolantes na escala do violino com um grupo de alunos de violino do 1º ciclo, procurando estimular os dois sentidos audiação e tato, e compreender o seu papel na construção espacial e sensorial do mapeamento das notas numa posição nova (2ª posição) da escala do violino. Os resultados obtidos indicam a importância da sensação cinestésica e, sobretudo, da perceção auditiva na construção imediata do mapeamento e na consciência da afinação mostrando, contudo, diferenças significativas entre os testes com e sem venda nos olhos no âmbito da facilidade de execução dos exercícios.

One of the main challenges of violin (and bowed string instruments) is the tuning, namely knowing where to put the fingers on the fingerboard, since the instrument doesn’t have frets or other visual and tactile references along its neck. During first years of learning the instrument, some teachers use stickers or other visual aids to assist in the fingerboard mapping process. Throughout their instrument training and practice, students must progressively manage to mentally construct the mapping of notes, organizing them in each position. However, they are often dependent on the visualization of these visual references. In order to streamline the process of the fingerboard mapping mental construction, this research project suggests the conscious use of the two senses - hearing and touch, so that the student can build this mapping with security without relying solely on vision, and develop quicker the ability to position left hand fingers. Several tests will be implemented with and without blindfolds, and with the use and non-use of tapes on the violin fingerboard with a group of primary school violin students, seeking to stimulate both senses (hearing and touch) and understanding their role in the spatial and sensory construction of the notes mapping in a new position (2nd position) of the violin fingerboard. The results indicate the importance of the kinesthetic sensation and, especially, of the auditory perception in the immediate construction of mapping and awareness of tuning showing, however, significant differences between tests with and without blindfolds in terms of ease performing the exercises.