Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10773/34481
Title: Assessment of SARS-CoV-2 disinfectants in Danio rerio: an embryonic, behavioral, and biochemical analysis
Other Titles: Avaliação de desinfectantes para combate da SARS-CoV-2 em Danio rerio: uma análise embrionária, comportamental e bioquímica
Author: Sousa, Beatriz Casal de
Advisor: Nunes, Bruno André Fernandes de Jesus da Silva
Domingues, Paula Inês Borralho
Keywords: Zebrafish
Disinfectants
COVID-19
THY
BAC
SDBS
Embryotoxicity
Bahaviour
Biomarkers
Defense Date: 25-Jul-2022
Abstract: Due to the increasing incidence of SARS-CoV-2 on a global scale a pandemic was declared at the beginning of 2020. Among the various mitigation measures proposed by all governments and entities responsible for human health, the use of disinfectants was one of the most consensual. Disinfectants are now applied in homes, outdoors, in hospitals, and for personal use. Given the increased demand, it is expected that they may reach aquatic environments in greater quantities. Assessing the possible effects of these compounds becomes even more imperative, as the use of disinfecting agents is expected to grow by 10% by 2027. Among the most commonly used and most frequently encountered classes of disinfectants in the environment, we identify cationic and anionic surfactants, and those whose active substances are natural compounds. For the scope of this work, benzalkonium chloride (BAC), a cationic surfactant belonging to the family of quaternary ammonium compounds, the salt of sodium dodecylbenzene sulfonic acid (SDBS), an anionic surfactant, and thymol (THY), a plant-derived compound with multiple applications, were thus selected. Although there are some studies on the properties and effects of these active ingredients on aquatic organisms, their adverse effects on aquatic species remain largely unknown. In this sense, this study aimed to evaluate, in five-day-old larvae of the species Danio rerio, through acute exposures, embryonic, behavioral (total activity, thigmotactic behavior and erratic movements) and metabolic biomarkers, such as the activity of phase I enzymes (CYP 1A1 and CYP 1A2), the phase II metabolism isoenzymes, glutathione-S-transferases (GSTs) and, finally, antioxidant defense enzymes (catalase, CAT; glutathione peroxidase, GPx). The concentrations of the 3 agents to which the animals were exposed were taken from levels of these compounds already reported in various aquatic matrices (effluents, municipal waters, and rivers) to obtain greater relevance of the data. Exposure of animals to BAC resulted in increased mortality at 48h after exposure to a concentration of 2.5 mg/L, and was also responsible for an increased number of malformations, such as pericardial edema and tail malformations. Behaviorally, total activity, thigmotactic behavior and the number of erratic movements (class I) were also increased in animals exposed to a concentration of 2.5 mg/L. This overall increase in activity may be related to changes in the ionic balance and alterations in the balance of cholinergic pathways. Metabolic biomarkers reported an increase in their activity, in the case of CYP 1A1 and CAT (in animals exposed to 0.5 mg/L), and an inhibition of CYP 1A2, GPx and GSTs in animals exposed to the remaining concentrations (0.1; 0.5 and 2.5 mg/L). These results suggest that, in a first step, BAC is metabolized by CYP 1A1, leading to the production of reactive oxygen species (ROS), increasing CAT activity. The possible continued production of ROS led to the inhibition of GPx and GSTs. SDBS exposure was responsible for increased mortality at 96h (animals exposed to 5 mg/L) but no predominant malformation was observed. In behavioral terms, there was an increase in total activity and in the number of erratic movements (class I) which is presumably due to the changes in acetylcholinesterase (AChE) levels observed in other studies. In the enzymatic biomarkers an increase in CAT activity was observed which translates to a possible activation of antioxidant defense. In contrast, a general inhibition of the enzymes GPx and GSTs was observed, which may stem from increased ROS. The general increase in ROS levels, in a direct or indirect way, may promote enzyme denaturation, given their interaction with proteins, lipids, nucleic acids, leading to oxidative damage. The inhibition of CYP 1A1 and CYP 1A2 reported in our study is possibly due to the specificity of the compound being metabolized by other isoenzymes. Finally, THY exposure also led to increased mortality at 96h, and a high incidence of pericardial edema. Regarding swimming activity and thigmotactic behavior (parameter of distance traveled in the peripheral zone) a decrease was observed. As for erratic movements, a significant increase was observed for animals exposed to all concentrations. Changes in the balance of ionic currents of potassium (K+) and sodium (Na+) ions and in AChE levels reported in previous studies, may translate the mechanisms underlying these changes. Inhibition of the enzymatic activity of CYP 1A1, CYP 1A2, CAT and GSTs were also verified. THY is an antioxidant compound, which promotes its action either by destroying hydrogen peroxide (via antioxidant enzymes), or by neutralizing peroxide radicals (by transferring H to ROO*). However, THY, in large amounts can also act as a pro-oxidant. Given these properties the data reported in the present study suggest that this decrease in overall enzymatic activity is due to the antioxidant properties of this active ingredient. We thus conclude that the disinfectants tested at environmentally relevant concentrations cause adverse effects in the model organism studied here. The observed effects raise further concerns given that the production and consumption of these compounds will continue to increase.
O aumento de incidência da SARS-CoV-2 à escala global decretou no início de 2020 uma situação de pandemia. Dentro das várias medidas de mitigação propostas por todos os governos e entidades responsáveis da área da Saúde Humana, o uso de desinfetantes foi uma das mais consensuais. Os desinfetantes passaram a ser aplicados nas residências, no exterior, em contexto hospitalar e para uso pessoal. Dado o aumento da procura, é expectado que os mesmos possam chegar em maiores quantidades aos ambientes aquáticos. Avaliar os possíveis efeitos destes compostos torna-se ainda mais imperativo, uma vez que se prevê um crescimento de 10% do uso de agentes desinfetantes até 2027. Entre as classes de desinfetantes mais usadas e mais frequentemente encontradas no ambiente, identificamos os tensioativos catiónicos e aniónicos, e aqueles cujas substâncias ativas são compostos naturais. Para o âmbito deste trabalho, foram assim selecionados o cloreto de benzalcónio (BAC), um agente tensioativo catiónico pertencente à família dos compostos de amónio quaternário, o sal do ácido dodecilbenzeno sulfónico de sódio (SDBS), agente tensioativo aniónico, e o timol (THY), um composto derivado de plantas com múltiplas aplicações. Apesar de haver alguns estudos sobre as propriedades e efeitos destes ingredientes ativos em organismos aquáticos, os seus efeitos adversos em espécies aquáticas continuam em grande parte desconhecidos. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo avaliar, em larvas com cinco dias, da espécie Danio rerio, através de exposições agudas, biomarcadores embrionários, comportamentais (atividade total, comportamento tigmotático e movimentos erráticos) e metabólicos, como a atividade das enzimas de fase I (CYP 1A1 e CYP 1A2), enzimas da defesa antioxidante (catalase, CAT; glutationa peroxidase, GPx) e, por fim, as isoenzimas de metabolismo de fase II, glutationa-S-transferases (GSTs). As concentrações dos 3 agentes às quais os animais foram expostos partiram de níveis destes compostos já reportados em diversas matrizes aquáticas (efluentes, águas municipais e rios), para obter uma maior relevância dos dados. A exposição de animais a BAC resultou num aumento da mortalidade às 48h após uma exposição a uma concentração de 2,5 mg/L, sendo igualmente responsável pelo aumento do número de malformações, como edemas pericárdicos e malformações na cauda. Em termos comportamentais, a atividade total, o comportamento tigmotático e o número de movimentos erráticos (classe I) foram também aumentados em animais expostos a uma concentração de 2,5 mg/L. Este aumento geral de atividade pode relacionar-se com alterações no balanço iónico e com alterações no equilíbrio das vias colinérgicas. Os biomarcadores metabólicos mostraram um aumento da sua atividade, no caso da CYP 1A1 e CAT (em animais expostos a 0.5 mg/L), e uma inibição da CYP 1A2, GPx e GSTs em animais expostos às restantes concentrações (0,1; 0,5 e 2,5 mg/L). Estes resultados sugerem que, numa primeira fase, o BAC é metabolizado pelo CYP 1A1, levando à produção de espécies reativas de oxigénio (ROS), aumentando a atividade da CAT. A possível continua produção de ROS levou à inibição da GPx e das GSTs. A exposição ao SDBS foi responsável por um aumento da mortalidade às 96h (animais expostos a 5 mg/L) mas nenhuma malformação predominante foi observada. Em termos comportamentais, verificou-se um aumento da atividade total e do número de movimentos erráticos (classe I) que presumivelmente se deverá às alterações nos níveis de acetilcolinesterase (AChE) verificadas em estudos posteriores. Nos biomarcadores enzimáticos observou-se um aumento da atividade da CAT o que traduz uma possível ativação da defesa antioxidante. Em contraste, foi observada uma inibição geral das enzimas GPx e GSTs, o que poderá advir do aumento de ROS. O aumento geral dos níveis de ROS, de uma forma direta ou indireta, podem promover a desnaturação enzimática, dado a sua interação com proteínas, lípidos, ácidos nucleicos, levando ao dano oxidativo. A inibição da CYP 1A1 e da CYP 1A2 reportada no nosso estudo deve-se possivelmente à especificidade do composto poder ser metabolizado por outras isoenzimas. Finalmente, a exposição a THY levou também a um aumento da mortalidade às 96h, e a uma elevada incidência de edemas pericárdicos. No que toca à atividade natatória e comportamento tigmotático (parâmetro da distância percorrida na zona periférica) verificou-se uma diminuição. Quanto aos movimentos erráticos, observou-se um aumento significativo para animais expostos a todas as concentrações. Alterações no balanço das correntes iónicas dos iões potássio (K+) e sódio (Na+) e nos níveis de AChE verificadas em estudos anteriores, podem traduzir os mecanismos subjacentes a estas alterações. Foram também verificadas inibições da atividade enzimática da CYP 1A1, CYP 1A2, CAT e GSTs. O THY é um composto antioxidante, que promove a sua ação ou pela destruição do peróxido de hidrogénio (através das enzimas antioxidantes), ou pela neutralização de radicais peróxidos (transferindo o H para o ROO*). Porém, o THY, em grandes quantidades pode também agir como pro-oxidante. Dadas estas propriedades os dados reportados no presente estudo sugerem que esta diminuição da atividade enzimática geral se deva as propriedades antioxidantes deste princípio ativo. Concluímos assim que os desinfetantes testados em concentrações ambientalmente relevantes causam efeitos adversos no organismo modelo aqui estudado. Os efeitos observados levantam ainda mais preocupações dado que a produção e consumo destes compostos irão continuar a aumentar.
URI: http://hdl.handle.net/10773/34481
Appears in Collections:UA - Dissertações de mestrado
DBio - Dissertações de mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Documento_Beatriz_Sousa.pdf1.79 MBAdobe PDFView/Open


FacebookTwitterLinkedIn
Formato BibTex MendeleyEndnote Degois 

Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.