Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10773/34108
Title: Os manuais escolares de química no ensino básico: opiniões dos professores sobre a sua utilização
Author: Brigas, Maria de Assunção Fernandes
Advisor: Martins, Isabel
Keywords: Ensino básico
Manuais escolares
Ensino da química
Papel dos professores
Defense Date: 1997
Abstract: Os manuais escolares são considerados como um dos recursos didácticos mais importantes no processo de ensino-aprendizagem. Vários estudos de investigação, a nível mundial, alertam para as implicações do seu uso na aprendizagem dos alunos, nomeadamente, na formação de conceitos, e principalmente nos primeiros anos de ensino formal, o que pode assumir particular relevância se tal ocorrer de modo inadequado. Repercussões da utilização do manual escolar poderão decorrer aquando do seu uso directamente pelo aluno ou pelos professores ao basearem neles o seu ensino. Em Portugal, a legislação sobre a adopção de manuais escolares recomenda que esta seja de carácter obrigatório e uniformizada a nível de cada estabelecimento de ensino. No entanto, a decisão que cada grupo disciplinar tem de efectuar não é tarefa fácil, quer pelo número bastante grande de manuais disponíveis quer pela falta de formação que muitos dos professores dizem sentir na sua analise e selecção. A questão toma-se ainda mais problemática na medida em que não existe qualquer mecanismo de controlo da qualidade dos manuais lançados no mercado. No que concerne à influência dos manuais escolares na prática dos professores, de concreto, pouco se sabe, por feita de estudos empíricos envolvendo os próprios professores. O estudo que se apresenta, de natureza empírica e de carácter descritivo, insere-se na problemática da utilização de recursos escolares, nomeadamente manuais escolares, por professores de Química do 3° Ciclo do Ensino Básico (3°CEB). Assim, propusemo-nos caracterizar o modo como os professores de Química do 3° CEB utilizam os respectivos manuais escolares, no que respeita: • ao planeamento de actividades lectivas; • ao trabalho de sala de aula com os alunos; • à orientação do trabalho dos alunos, em casa; e ainda, saber quais as percepções dos professores sobre a utilização deste recurso na fase de implementação da reforma curricular. O instrumento colector de dados foi um questionário escrito elaborado para esse fim, administrado em 1996. Participaram no estudo 82 professores de Ciências Físico-Químicas do Ensino Básico e Secundário, com experiência de leccionação no S° e/ou 9° anos de escolaridade, em escolas de distribuição geográfica alargada. Os resultados deste estudo empírico permitiram obter indicadores, sobre o modo como os professores descrevem o uso do manual escolar e, os motivos que os levam a tal. Assim, apurou-se que: • a maioria dos professores participou na análise de manuais escolares e, concordou com a escolha efectuada pelo respectivo grupo disciplinar, embora considere não se sentir satisfeita com o processo de discussão em grupo, adoptado durante a análise e selecção dos manuais; • a maioria dos professores que lecciona o 3° CEB não foi envolvida na selecção dos manuais para esses níveis de escolaridade; • a maioria dos professores utiliza com frequência o manual escolar na sala de aula, em particular para complemento do assunto tratado, para preparação/planeamento de actividades lectivas (nomeadamente para para organizar e escolher o que ensina), para análise de figuras e tabelas nele incluídas, e como fonte de questões para avaliação; • na preparação de actividades lectivas, poucos professores assinalaram a recorrência aos manuais escolares de Química para recolha de nova informação. A maioria dos professores indica recorrer, frequentemente, a outros manuais escolares para ultrapassar dificuldades pontuais (tais como esclarecimento de conceitos científicos) que surgem com um dado manual escolar; • mais de metade dos professores indica que faria bastantes vezes ou quase sempre alterações ao manual escolar da sua preferência; • a maioria dos professores indica orientar o trabalho individual dos alunos com base no manual escolar, principalmente, recomendando questões para resolverem. No entanto, os professores não especificam como fomentam e orientam o trabalho do aluno com o manual, mas consideram que este é um aspecto que os preocupa e, é importante para a aprendizagem dos alunos; • há indicadores de que os professores recorrem mais aos manuais "resultantes" da actual reforma curricular do que no período anterior, diversificando mais as actividades em que procuram envolver o aluno com o manual escolar; • os motivos apontados pelos professores para recorrerem ao manual escolar são de ordem variada: profissionais (poucos anos de serviço lectivo), locais (falta de outros recursos disponíveis na escola, equipamentos e instalações) e institucionais (extensão do programa). Alguns professores indicam recorrer a vários manuais escolares para minimizar deficiências no uso de um apenas. Os resultados obtidos permitem-nos problematizar, em traços gerais, e em Portugal, contextos de utilização de recursos didácticos. Em nosso entender, esses resultados apontam para a necessidade de sistematizar estudos sobre a utilização do manual escolar, de conceber e desenvolver propostas de formação de professores que os habilitem a orientar os alunos para a compreensão de textos escritos, e do manual escolar em particular, de investigar a qualidade dos manuais comercializados e, ainda, de aprofundar o pensamento didáctico de autores de manuais escolares.
URI: http://hdl.handle.net/10773/34108
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DEP - Dissertações de mestrado

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