Climate change and anthropogenic factors influence on habitats loss and emerging elephant human conflict in Namibia

Abstract

Human societies' growing concern about climate change, adverse effects on global biological systems, and the pace at which damage resolutions is taking place may prove insufficient, however slow, given the speed at which those changes are happening. Since some regions are more vulnerable than others, the need to act quickly before key species are lost is highly recommended. The International Union for Conservation of Nature (IUCN) reclassified in early 2021 the elephants of the African savannah Loxodonta africana and the elephant from the African forest Loxodonta cyclotis as endangered and critically endangered on the Red List. This study highlighted elephants among the species most affected by climate change and anthropogenic factors in the Namib Desert (Namibia), changes that put their survival at risk. Namibia is the driest country in Southern Africa, hence the high possibility of unfavourable impacts on wildlife habitats. Even though Namibia's elephant population has grown over the past three decades, multidimensional factors are potentially affecting the successes of elephant conservation and community-based natural resource management programs in the country. This study monitored, collected, and analyzed, over 3 years, between February and November 2018 to 2020 at fortnight intervals, the movement of elephants (N-29) downstream of the Ugab River Hydrographic Basin and elephants (N-52) of the Upper Ugab River Basin. Births, mortality, animal welfare, reproduction and migration were recorded. An analysis was performed, through interactive tools ArcGIS, QGIS and SPSS, to perceive patterns of movement in space and then time the historical movement, distribution area and patterns of habitat viability change. In addition, remote detection was used using NASA and European’s Space Agency 2000 to 2020 Infrared Multispectral Satellite Imagery of Landsat 7 and 8 the to assess the loss and gain of vegetation and biomass through Normalized Difference Vegetation Index (NDVI). Ultimately, what can be inferred about the drivers of the new hotspots emerging from conflict between humans and elephants in the interior of the country is habitat loss and distribution area changes. Elephants in the study area lost 73% of historical habitats and established a new distribution area, 130.7% compared to the initial one. There was also, associated with this change, a loss of 16.3% of the viable vegetation for foraging in historical habitats, affecting the amount of biomass available to wildlife. These changes add to the need to anticipate and intervene in resource management and restoration of lost habitats.

A crescente preocupação das sociedades humanas com as alterações climáticas, os efeitos adversos nos sistemas biológicos globais e o ritmo a que se estão a ocorrer resoluções de danos pode revelar-se insuficiente, por muito lenta que seja, dada a rapidez com que essas mudanças estão a ocorrer. Uma vez que algumas regiões são mais vulneráveis do que outras, a necessidade de agir rapidamente antes da perda de espécies-chave é altamente recomendada. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) reclassificou no início de 2021 os elefantes da savana africana Loxodonta africana e o elefante da floresta africana Loxodonta cyclotis como ameaçados e criticamente ameaçados na Lista Vermelha. Este estudo destacou os elefantes entre as espécies mais afetadas pelas alterações climáticas e os fatores antropogénicos no Deserto do Namibe (Namíbia), mudanças que colocam em risco a sua sobrevivência. A Namíbia é o país mais seco da África Austral, daí a elevada possibilidade de impactos desfavoráveis nos habitats da vida selvagem. Embora a população de elefantes da Namíbia tenha crescido nas últimas três décadas, os fatores multidimensionais estão potencialmente a afetar os sucessos da conservação de elefantes e programas de gestão de recursos naturais baseados na comunidade no país. Este estudo monitorizou, recolheu e analisou, ao longo de 3 anos, entre fevereiro e novembro de 2018 a 2020 em intervalos quinzenais, o movimento de elefantes (N-29) a jusante da Bacia Hidrográfica do Rio Ugab e elefantes (N-52) da Bacia hidrográfica do Alto Ugab. Foram registados nascimentos, mortalidade, bem-estar animal, reprodução e migração. Foi realizada uma análise, através de ferramentas interativas ArcGIS, QGIS e SPSS, para perceber padrões de movimento no espaço e, em seguida, tempo o movimento histórico, área de distribuição e padrões de mudança de viabilidade do habitat. Além disso, a deteção remota foi utilizada através da NASA e da Agência Espacial Europeia 2000-2020 Imagens de Satélite Multiespectra de Landsat 7 e 8 para avaliar a perda e ganho de vegetação e biomassa através do Índice Normalizado de Vegetação da Diferença (NDVI). Em última análise, o que se pode deduzir sobre os condutores dos novos hotspots que emergem do conflito entre humanos e elefantes no interior do país é a perda de habitat e as mudanças na área de distribuição. Os elefantes na área de estudo perderam 73% dos habitats históricos e estabeleceram uma nova área de distribuição, 130,7% em relação à inicial. Houve também, associada a esta alteração, uma perda de 16,3% da vegetação viável para a forragem em habitats históricos, afetando a quantidade de biomassa disponível para a vida selvagem. Estas alterações contribuem para a necessidade de antecipar e intervir na gestão e restauro de recursos de habitats perdidos.