Produção de Salicornia ramosissima e Sarcocornia perennis em aquaponia

Abstract

As plantas halófitas, possuem grandes potencialidades para “revolucionar” a agricultura uma vez que apresentam uma capacidade de completar o seu ciclo de vida em ambientes com elevadas concentrações de sais, permitindo a obtenção de alimentos em áreas até agora desvalorizadas ou sub-aproveitadas. O presente estudo tem como objetivo testar a viabilidade da produção de Salicornia ramosissima e Sarcocornia perennis na empresa ALGAplus, através do método em aquaponia. Esta empresa, apresenta um sistema de aquacultura multitrófica integrada (IMTA) implementado em tanques de terra, onde produz peixes e macroalgas. No decurso deste estudo, testou-se o efeito combinado do dimorfismo da semente e da salinidade da água nas taxas de germinação de S. ramosissima. Os resultados evidenciaram que as sementes dimórficas de S. ramosissima selvagem podem germinar com sucesso numa salinidade de 0, a única salinidade que apresentou uma taxa de germinação média superior a 50%, tanto nas sementes primárias como nas secundárias. A variabilidade nas respostas de germinação tende a aumentar com a salinidade. Relativamente ao método de cultivo em aquaponia foram testados dois tipos de plataformas flutuantes: esferovite e cortiça. As taxas de sobrevivência das plantas de S. ramosissima e S. perennis foram mais elevadas nas plataformas de cortiça (22,4 ± 18,9% and 48,1 ± 35,6%, respetivamente) do que nas plataformas de esferovite (9,5 ± 7,4% and 5,1 ± 7,9%, respetivamente). As plataformas de esferovite apresentaram uma média de alturas das plantas (28,4 ± 4,3 cm) de S. ramosissima mais elevada do que as plataformas de cortiça (26,9 ± 3,3 cm). As plataformas de cortiça apresentaram uma média de alturas das plantas (30,9 ± 5,8 cm) de S. perennis mais elevada do que as plataformas de esferovite (26,6 ± 11,2 cm). O presente trabalho, abre portas para estudos futuros e a possível implementação da exploração de mais um recurso vegetal no sistema de produção da ALGAplus, rentabilizando a superfície atualmente disponível na empresa.

Halophyte plants hold the potential to be a “game-changer” in agriculture, as they can be successfully produced in salinized environments, thus allowing to use for food production areas are unsuitable for traditional crops. The present study aims to test the feasibility of producing Salicornia ramosissima and Sarcocornia perennis in Algaplus, a land-based aquaculture facility raising finfish and seaweeds under an integrated multi-trophic aquaculture (IMTA) framework, through the production method in aquaponics. The combined effect of seed dimorphism and salinity on the germination success of S. ramosissima was also evaluated. The results achieved evidenced that the dimorphic seeds of wild S. ramosissima can germinate successfully at a salinity of 0, as this was the only salinity that allowed an average germination rate above 50% for both primary and secondary seeds. The variability recorded in germination responses tendeds to increase with salinity. Relatively to aquaponics cultivation, two types of floating platforms were tested: polystyrene and cork. Survival rates of S. ramosissima and S. perennis plants were higher on cork platforms (22,4 ± 18,9% and 48,1 ± 35,6%, respectively) than on polystyrene platforms (9,5 ± 7,4% and 5,1 ± 7,9%, respectively). S. ramosissima cultured in polystyrene platforms displayed an average higher height (28,4 ± 4,3 cm) than that recorded for plants cultured in cork platforms (26,9 ± 3,3 cm). S. perennis cultured in cork platforms displayed an average higher height (30,9 ± 5,8 cm) than that recorded for plants cultured in polystyrene platforms (26,6 ± 11,2 cm). Overall, the present work may serve as a basis for future studies and for the possible implementation of another plant resource in the ALGAplus production system, taking advantage of the surface currently available in the company.