Chemobrain: the neurotoxic mechanisms of doxorubicin and mitoxantrone

Abstract

The combination of earlier diagnosis and anti-cancer treatment has led to an increase in cancer survivors. Despite their effectiveness, chemotherapeutic anticancer drugs have adverse effects, such as declining cognitive functions. Doxorubicin (DOX) and mitoxantrone (MTX) are two anti-cancer drugs, both topoisomerase II inhibitors that can cause chemotherapy-induced cognitive impairment, also known as ‘chemobrain’. Its underlying mechanisms need further research in order to reduce or prevent chemobrain’s incidence. Therefore, the present dissertation aimed to evaluate the underlying neurotoxicity mechanisms of clinically relevant doses of DOX and MTX when given to adult mice. Two cumulative doses of DOX (9 mg/kg or 18 mg/kg) and one cumulative dose of MTX (6 mg/kg) were intraperitoneally (i.p.) given to adult mice for 3 weeks. Mice were sacrificed one week after the last administration, and then the brains were collected. Brain hemispheres were homogenized with RIPA or phosphate buffer. Afterwards, relevant neuronal proteins were assessed by Western blotting, as well as the protein carbonyl content and the expression of p62. The lowest cumulative dose of DOX tended to change the expression of adenosine triphosphate (ATP) synthase β. MTX showed a tendency to change the expression of manganese superoxide dismutase (MnSOD), p62 and postsynaptic density protein 95 (PSD95). Moreover, MTX provoked a meaningful alteration in the expression of microtubule-associated protein light chain 3-II (LC3-II). When compared with the control group, none of the drugs affected the protein carbonyl content, the expression of glycogen synthase kinase 3b (GSK- 3b), endothelial nitric oxide synthase (eNOS), inducible nitric oxide synthase (iNOS), heat shock protein 27 (HSP27), the subunits p50 and p65 of nuclear fator kappa B (NF-κB), autophagy related protein 5 (ATG5), phosphorylated protein tau (pTau) and synaptophysin. Both drugs modulated in different ways the evaluated proteins, with higher impact seen in MTX. However, further research is needed to evaluate the neurotoxicity after chemotherapy and elucidate the underlying mechanisms of ‘chemobrain’ after the administration of these and other anti-cancer drugs.

A combinação do diagnóstico precoce com o tratamento anticancerígeno causou um aumento substancial no número de doentes que sobrevivem à doença. Apesar da sua eficácia, os fármacos anticancerígenos têm efeitos secundários, como por exemplo, o declínio das funções cognitivas. A doxorrubicina (DOX) e a mitoxantrona (MTX) são dois fármacos anticancerígenos usados na prática clínica, ambos inibidores da topoisomerase II, que podem causar declínio cognitivo, commummente designado pela expressão anglo-saxónica ‘chemobrain’. Deste modo é importante compreender os mecanismos subjacentes ao ‘chemobrain’ de forma a reduzir ou prevenir a sua incidência. A presente dissertação teve como objetivo principal avaliar os mecanismos neurotóxicos após a administração de doses cumulativas clinicamente relevantes de DOX e MTX a ratinhos adultos. A DOX foi usada em 2 diferentes doses cumulativas (9 mg/kg ou 18 mg/kg) e a MTX numa dose cumulativa (6 mg/kg), administradas por via intraperitoneal (i.p.) durante 3 semanas a ratinhos adultos. O sacrifício foi realizado uma semana após a última administração, após o qual o cérebro foi recolhido. Os hemisférios cerebrais foram homogeneizados com RIPA ou com tampão de fosfato. De seguida, várias proteínas neuronais relevantes foram avaliadas por Western blotting, bem como o conteúdo de carbonilos e a expressão de p62. A menor dose cumulativa de DOX mostrou uma tendência para afetar a expressão da adenosina trifosfato (ATP) sintase subunidade β. A MTX tendeu a provocar alterações nas expressões da superóxido dismutase 2 (MnSOD), p62 e proteína de densidade pós-sináptica 95 (PSD95). A MTX provocou também um aumento significativo na expressão da proteína de cadeia leve associada aos microtúbulos 3-II (LC3-II). Quando comparados com o grupo controlo, nenhum dos fármacos afetou o conteúdo de proteínas carboniladas, a expressão da glicogénio sintase cinase 3β (GSK-3 β), da óxido nítrico sintase endotelial (eNOS), da óxido nítrico sintase induzível (iNOS), da proteína de choque térmico 27 (HSP27), das subunidades p50 e p65 do fator nuclear kappa B (NF- κB), da proteína 5 relacionada à autofagia (ATG5), da proteína tau fosforilada (pTau) e da sinaptofisina. De facto, ambos os fármacos modelaram de forma diferente as proteínas avaliadas, com maior impacto na MTX. No entanto, mais estudos são necessários para avaliar a neurotoxicidade após quimioterapia e elucidar o mecanismo subjacente ao ‘chemobrain’ após a administração destes e de outros fármacos anticancerígenos.