A dramatic turn of soil: how terrace construction influences the macro arthropods community on eucalypt plantations

Abstract

To meet the needs of the pulp and paper industry, since the second half of the twentieth century there has been an expansion of eucalyptus plantations in Portugal. A technique commonly used in forest plantations in mountainous areas in the north-central part of the country is soil terracing. However, this type of soil preparation drastically changes its properties. Knowing that terrestrial biodiversity is influenced by habitat conditions, this dissertation was intended to understand the effects of the construction of terraces on the community of terrestrial macro arthropods. In a first study carried out in a forest area located in Talhadas (Sever do Vouga), 3 sites were compared - non terraced (NT), recently terraced (RT) and terraced 14 years ago (OT). The results showed that the newly built terraces had an average richness, abundance, diversity (H') and evenness (J') similar to the non-terraced location. However, an increase in beetle’s richness and decrease of spider richness was observed. Regarding the old terraces, no significant change in the structure of the community was observed. In a second study, the soil macro arthropod community was compared before (BT) and after (AT) the construction of terraces, with seasonal samplings until completing one year. The results revealed that terracing did not alter the overall abundance or richness in a significant way, although the average abundance of coleoptera increased, and Hymenoptera H’ and J’ decreased. An increase in the abundance of more opportunistic and generalist families, of beetles and hymenopterans, was also observed. In general, the present work reveals that although the construction of terraces radically changes the soil, the effects on the community of ground dwelling arthropods are not remarkable, particularly in the long term.

Para responder às necessidades da indústria da pasta e do papel, desde a segunda metade do século XX que se tem assistido à expansão da plantação de eucalipto em Portugal. Uma técnica comumente utilizada nas plantações florestais em zonas montanhosas no centro-norte do país é a armação de solos em terraços. Contudo, este tipo de preparação de solos altera drasticamente as suas propriedades. Sabendo que a biodiversidade terrestre é influenciada pelas condições do habitat, com esta dissertação pretende-se compreender os efeitos da construção de terraços na comunidade de macro artrópodes terrestres. Num primeiro estudo conduzido numa área florestal localizada em Talhadas (Sever do Vouga), compararam-se 3 locais – não terraçado (NT), recentemente terraçado (RT) e terraçado há 14 anos (OT). Os resultados mostraram que os terraços recentemente construídos apresentavam uma média de riqueza, abundância, diversidade (H’) e equitabilidade (J’) similares ao local não terraçado. No entanto, foi observada uma maior riqueza de escaravelhos e menor riqueza de aranhas. No que respeita aos terraços antigos, não foi observada qualquer alteração significativa na estrutura da comunidade. Num segundo estudo comparou-se a comunidade de macro artrópodes de solo antes e após a construção de terraços, efetuando amostragens sazonais ao longo de um ano. Os resultados revelaram que a construção de terraços não alterou a abundância ou riqueza geral de forma significativa, no entanto a abundância media de coleópteros aumentou e a H’ e J’ de himenópteros reduziu. Observando-se também um aumento na abundância de famílias mais oportunistas e generalistas, em escaravelhos e formigas. De um modo geral, o presente trabalho vem revelar que muito embora a construção de terraços altere radicalmente os solos, os seus efeitos ao nível da comunidade de artrópodes do solo não são expressivos, nomeadamente no longo-termo.