Revisiting the frequency and antimicrobial resistance patterns of bacteria implicated in community urinary tract infections

Abstract

Urinary tract infections (UTI) are one of the most common infectious diseases at both community and hospital levels. The continue misuse of antimicrobials is leading to an increase in bacterial resistance, which is a worldwide problem. The objective of this work was to study the incidence and pattern of antimicrobial resistance of the main bacteria responsible for urinary tract infections in the community of central and northern Portugal and establish an appropriate empirical treatment. The studied urine samples were collected in Avelab – Laboratório Médico de Análises Clínicas, in outpatients, over a period of 5 years (2015-2019). Of the 106019 samples analysed, 15439 had urinary infection. Urinary infections were more frequent in females (79.6%) than in males (20.4%), and the most affected patients were the elderly (56.9%), being responsible for more than half of the samples with infection. Escherichia coli (70,1%) was the most frequent uropathogen, followed by Klebsiella pneumoniae (8,9%), Proteus mirabilis (5,5%), and Enterococcus faecalis (3,2%). The bacteria responsible for UTI varied according to the patient’s gender, with the greatest differences being observed for E. faecalis and P. aeruginosa, these being more prevalent in men. In general, there was an increase in bacterial resistance as the age of patients increased. Generally, Gram-negative bacteria proved to be more resistant than Gram-positive bacteria. Although E coli was the most responsible uropathogen for UTI, it was among the most susceptible. Comparing our results with results from 10 years ago, there was generally an increase in resistance for some antimicrobials and bacteria. Based on the antibiotics recommended for the treatment of uncomplicated UTIs by the European Association of Urology, first-line antibiotics (nitrofurantoin and fosfomycin) and alternative cephalosporin antibiotics, namely cefotaxime and cefuroxime, can be considered appropriate for the empirical treatment of community-acquired urinary infections in the area studied. Trimethoprim-sulfamethoxazole, amoxicillin-clavulanic acid, and ciprofloxacin should not be prescribed empirically for the region studied.

A infeção do trato urinário (ITU) é uma das doenças infeciosas mais comuns tanto a nível comunitário como a nível hospitalar. O contínuo mau uso de antimicrobianos tem como consequência um aumento na resistência bacteriana, sendo este um problema a nível mundial. O objetivo deste trabalho foi estudar a incidência e o padrão de resistência antimicrobiana das principais bactérias responsáveis por infeções do trato urinário na comunidade do centro e norte de Portugal, e estabelecer um tratamento empírico apropriado. As amostras de urina estudadas foram colhidas no Avelab – Laboratório Médico de Análises Clínicas, em regime ambulatório, durante um período de 5 anos (2015-2019). Das 106019 amostras analisadas de pacientes ambulatórios, 15439 tinham infeção urinária. As infeções urinárias foram mais frequentes em mulheres (79,6%) do que em homens (20,4%), e os pacientes mais afetados foram os idosos (56,9%), sendo responsáveis por mais de metade das amostras com infeção. Escherichia coli (70,1%) foi o uropatógeno mais frequente, seguido de Klebsiella pneumoniae (8,9%), Proteus mirabilis (5,5%) e Enterococcus faecalis (3,2%). As bactérias responsáveis por UTI variaram com o sexo do paciente, sendo que foram observadas as maiores diferenças para E. Faecalis e P. aeruginosa, estando estas mais incidentes em homens. De um modo geral, observou-se um aumento da resistência bacteriana à medida que a idade dos pacientes aumentava. Na generalidade, as bactérias de Gram-negativo mostraram ser mais resistentes que as bactérias de Grampositivo. Apesar de E. coli ser o uropatógeno mais responsável por ITU, este encontrou-se entre as bactérias mais suscetíveis. Comparando os nossos resultados com resultados de há 10 anos atrás, registou-se de um modo geral um aumento na resistência para alguns antimicrobianos e bactérias. Baseando-nos nos antibióticos recomendados para tratamento de ITUs não complicadas pela European Association of Urology, os antibióticos de primeira linha (nitrofurantoína e fosfomicina), e os antibióticos alternativos cefalosporinas, nomeadamente a cefotaxima e cefuroxima, podem ser considerados apropriados para o tratamento empírico de infeções urinárias adquiridas na comunidade. O trimetoprim-sulfametoxazol, a amoxicilina/ácido clavulânico e a ciprofloxacina não devem ser prescritos empiricamente para a região estudada.