Género e Identidade Sexual em The Passion of New Eve de Angela Carter e Sacred Country de Rose Tremain

Abstract

A presente dissertação é uma análise comparativa da obra de Angela Carter, The Passion of New Eve e da obra de Rose Tremain, Sacred Country. Ambos os livros retratam personagens que foram submetidas a intervenções cirúrgicas para mudança de sexo de uma forma irreal, como em The Passion of New Eve e de uma forma real como em Sacred Country. O meu principal objectivo é explorar a adaptação destas personagens a normas de género e a sua adaptação a uma nova identidade sexual. Deste modo, a minha análise incidirá sobre algumas considerações teóricas de género. Para o efeito, escolhi analisar o trabalho de duas das mais emblemáticas feministas: Simone de Beauvoir e Judith Butler. É fundamental para o meu trabalho o estudo realizado por Beauvoir e Butler sobre sexo/género e a importância dos seus discursos sobre identidades sexuais e género como produções sociais. É também relevante o trabalho realizado por Judith Butler relativamente ao género como imitação e representação. Por fim, as considerações teóricas de Donna Haraway são essenciais para a minha análise do corpo humano como uma superfície que pode ser alterada por prácticas tecnológicas.

The following dissertation is a joint analysis of Angela Carter’s The Passion of New Eve and Rose Tremain’s Sacred Country. Both novels portray characters whose biology has been reconstructed through surgery or technology in a nonrealist form, as in The Passion of New Eve and in a realist form, as in Sacred Country. My aim is to explore the novels’ protagonists adjustment to gender norms and their accommodation to a new sexual identity. In this way, my analysis will be followed by a focus on gender theoretical considerations. I have chosen to consider the work of two of the most emblematic feminists: Simone de Beauvoir and Judith Butler. The contribution that Beauvoir and Butler made to the sex/gender debate and their discourse of sexual identities and gender as social productions are fundamental for my work. Judith Butler’s theory of gender as parody and as performance also plays an important role in my study. Finally, the work of Donna Haraway is essential for my exploration of the human body as a surface which can be altered and redefined by modern technology.