Comunidades de prática em ambientes virtuais: da teoria à experiência colaborativa

Abstract

A evolução e a expansão das redes de comunicação fomentaram novas formas de aprender e de construir conhecimento, colaborativamente e a distância, fazendo emergir, também, novos cenários de aprendizagem e formação, nomeadamente com o aparecimento de comunidades virtuais, cujos membros se organizam em torno de um lema, interesse ou objetivos comuns. Neste contexto, um grupo de alunos do Programa Doutoral em Multimédia em Educação da Universidade de Aveiro - Portugal, no âmbito da Unidade Curricular (UC) de Educação a Distância, propõe conhecer as tendências das investigações nacionais e internacionais sobre as Comunidades de Prática (CoP) e as Comunidades de Aprendizagem (CoA) em ambiente virtual, no contexto de Educação a Distância. Propõe-se também refletir sobre a criação, desenvolvimento e experiência vivida pelo grupo de alunos, partindo de um modelo recentemente proposto por investigadores da University of New México (EUA). Realizou-se uma revisão bibliográfica, para compreender o processo de construção de conhecimento no seio destas comunidades virtuais, tendo por base a perspetiva de aprendizagem do construtivismo comunal. Com base no modelo proposto por Gunawardena et al. (2009), refletiu-se sobre a espiral de aprendizagem de uma comunidade, processo caraterizado pelo (i) contexto, (ii) discurso, (iii) ação, (iv) reflexão, (v) reorganização e (vi) metacognição mediada socialmente. Revisitaram-se, ainda, alguns trabalhos sobre as CoP e as CoA na Educação em Portugal, com o objetivo de identificar os principais resultados da investigação neste país sobre tal temática. Finalmente, sob o modelo proposto por Gunawardena e equipa, analisou-se a experiência de uma CoP, no âmbito de um Programa Doutoral, considerando-se a interação das ferramentas da Web 2.0 (Facebook, Ning, Wiki, Blog, Google Docs) no desenvolvimento dos diferentes trabalhos da UCs. Em simultâneo, refletiu-se sobre a forma como a aprendizagem se processou na comunidade à medida que o grupo de alunos explorou e trabalhou com as diferentes ferramentas e se desenvolveu como CoA evoluindo, efetivamente, para uma CoP.