Prevalence, characteristics and management of chronic cough in people with interstitial lung disease: an exploratory study

Abstract

Background: Chronic cough (CC) is a debilitating symptom, with prevalences between 53% and 84% in people with interstitial lung diseases (ILD) worldwide. However, information on its assessment and management in clinical practice is scarce. In Portugal, the prevalence and characteristics of CC in people with ILD are also unknown. Objective: This study aimed to contribute to establishing the prevalence of CC in people with ILD in Portugal. Secondary aims were to characterize the profile of CC in people with ILD, and the assessment and management strategies of CC in this population. Methods: An observational cross-sectional study was carried with people with ILD and with healthcare professionals who provided direct care to this population in Portugal. Data collection was carried out by completing two online questionnaires. The questionnaire aimed at healthcare professionals had 37 items, and the questionnaire aimed at people with ILD had 62 items. The prevalence of CC in individuals with ILD was calculated using the number of individuals with ILD who answered "yes" to the question "Currently coughing for at least 8 weeks (2 months)" as the numerator, and the total number of participants with ILD as the denominator. Calculation of the prevalence of CC in subgroups was calculated using the same methodology. Results: In total, 69 responses from healthcare professionals and 52 responses from people with ILD were included. The prevalence of CC in people with ILD was 44%. CC was characterized by the presence of a dry cough, present on average for 2 years, being smoke the commonest trigger. The main symptoms associated with CC reported by healthcare professionals were fatigue and dyspnea while for people with ILD was sputum, wheezing and husky voice. The main impact of CC reported by both groups was a decrease in quality of life. CC was reported to be regularly assessed by healthcare professionals, using clinical history, lung function and physical examination. For productive CC healthcare professionals tend to recommend bronchial hygiene techniques and education for managing dry CC. In contrast, individuals with ILD commonly reported pharmacological treatment as the most frequent approach. The majority (81%) of individuals with ILD and CC undergo any treatment and healthcare professionals reported that 15% of people with ILD had refractory CC. Conclusion: About 44% of people with ILD present with CC. Healthcare professionals and people with ILD agree on most of the characteristics related to CC. Although there are discrepancies in opinion regarding the symptoms associated with CC both groups refer to CC as an important symptom that should be regularly evaluated by healthcare professionals. Understanding of these finding can inform health professionals on how to adapt communication, assessment and clinical practice with this population in the future. Future research is needed on the prevalence and characteristics and management of CC in different subtypes of ILD to better understand and treat CC in ILD more efficiently.

Enquadramento: A tosse crónica (TC) é um sintoma debilitante, que afeta 53%-84% das pessoas com doença pulmonar intersticial (DPI) a nível mundial. Contudo, a informação sobre avaliação e gestão deste sintoma na prática clínica é escassa. Em Portugal, desconhece-se também a prevalência e as características da TC em pessoas com DPI. Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi contribuir para o estabelecimento da prevalência da TC em pessoas com DPI em Portugal. Os objetivos secundários foram caracterizar o perfil de TC e as estratégias utilizadas para avaliar e gerir a TC nesta população. Métodos: Realizou-se um estudo observacional transversal com pessoas com DPI e profissionais de saúde que prestam cuidados de saúde a esta população em Portugal. A recolha de dados foi realizada através do preenchimento de dois questionários online. O questionário dirigido aos profissionais de saúde possuía 37 itens, e o questionário dirigido às pessoas com DPI possuía 62 itens. A prevalência da TC em indivíduos com DPI foi calculada usando como numerador o número de indivíduos com DPI que responderam "sim" à pergunta "Atualmente apresenta tosse, há pelo menos 8 semanas (2 meses)" e o número total de participantes com DPI como denominador. O cálculo da prevalência da TC nos diferentes subgrupos foi realizado utilizando a mesma metodologia. Resultados: No total, 69 respostas de profissionais de saúde e 52 respostas de pessoas com DPI foram analisadas. A prevalência da TC nas pessoas com DPI foi de 44%. A TC foi caracterizada pela presença de tosse seca, presente há 2 anos, sendo o fumo o principal trigger. Os principais sintomas associados à TC reportados pelos profissionais de saúde foram a fadiga e a dispneia, enquanto as pessoas com DPI reportaram a expetoração, pieira e voz rouca. O principal impacto da TC reportado pelos 2 grupos foi a diminuição da qualidade de vida. Os profissionais de saúde reportaram avaliar regularmente a TC através da história clínica, função pulmonar e exame físico. As suas recomendações para tratamento incluíram técnicas de higiene brônquica para a TC produtiva e educação para a TC seca. Em contraste, os indivíduos com DPI relataram o tratamento farmacológico como a abordagem mais frequente para gestão da TC. A maioria (81%) dos indivíduos com DPI e TC reportaram realizar algum tratamento para a TC, e os profissionais de saúde relataram que 15% das pessoas com DPI tinham TC refratária. Conclusão: Cerca de 44% das pessoas com ILD apresentam TC. Os profissionais de saúde e as pessoas com DPI concordam na maioria das características relacionadas à TC. Apesar de existirem discrepâncias de opinião quanto aos sintomas associados à TC, ambos os grupos referem a TC como um sintoma importante que deve ser avaliado regularmente pelos profissionais de saúde. O conhecimento destes resultados pode informar os profissionais de saúde futuramente, sobre como adaptar a comunicação, a avaliação e a sua prática clínica a esta população. São necessários mais estudos futuros, sobre a prevalência, características e gestão da TC em diferentes subtipos de DPI para melhor compreender e tratar a TC na DPI de forma mais eficiente.