Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10773/40566
Title: Experimentação e assemblage com obras de Lopes-Graça e Johann Sebastian Bach
Author: Moreira, João Paulo
Issue Date: Sep-2023
Publisher: SPIM, Sociedade Portuguesa de Investigação em Música; Museu Nacional da Música
Abstract: Durante o decorrer da investigação preliminar em volta dos Vinte e Quatro Prelúdios para Piano de Lopes-Graça fui-me deparando com pontos de interação de sentidos diversos entre esta obra e os dois volumes do Cravo bem temperado de J.S. Bach. Estas duas obras vários pontos de encontro: ambas foram compostas para as vinte e quatro tonalidades, seguindo a ordem cromática ascendente. O próprio Lopes-Graça, devoto admirador de Bach, reconhecia a importância dos quarenta e oito prelúdios e fugas de Bach, como sendo uma das mais importantes obras compostas e revestindo crucial papel na consagração da afinação de temperamento igual (Borba & Graça, 1956, p. 627). Esta obra, Vinte e Quatro Prelúdios para Piano, é um exemplo de como Graça se aproxima dos seus antecessores (neste caso de Bach), e das grandes questões de evolução tonal musical (escrevendo para as vinte e quatro tonalidades). J. S. Bach escreve toda a sua obra para o sistema de afinação mesotónica, dedicando exclusivamente o CBT ao novo sistema de afinação. Quais as dificuldades que sentiu ao escrever desta forma? Sendo que várias obras eram anteriormente transpostas a fim de se adequarem às limitações do anterior sistema de afinação (algumas tonalidades provocavam os indesejáveis “uivados”) (Lecky, 2009), de que forma o sistema bem temperado veio trazer para o compositor uma visão alargada de todas as tonalidades? Dando assim asas à utilização de todas as tonalidades sem exceção e conseguindo eliminar os anteriores “uivados” provocados pela afinação, J. S. Bach entreviu um caminho novo, tanto na música como na perspetiva organológica dos instrumentos de teclado da sua época e ainda dos que se encontravam em fase de desenvolvimento. Apesar dos 200 anos que separam estes dois compositores e as suas obras aqui em análise, ambos enfrentaram dilemas semelhantes, tanto nas possibilidades como nas dificuldades proporcionadas pelas questões de afinação. Na tentativa de recriação de elementos oriundos da Música Popular Portuguesa, Lopes-Graça deparou-se com barreiras e empecilhos. A afinação apresentou-se como um deles, seja no caso de alguns instrumentos tradicionais — com um sistema de afinação diferente —, seja com a própria essência das melodias originais. Estas questões de temperamento e afinação do teclado foram também alvo de especial atenção por parte destes dois compositores e serão objeto de estudo e análise neste artigo. Esta investigação levou-me a conhecer produção científica dos autores Cook em Beyond the Score Music as Performance, Leech-Wilkinson em Classical music as enforced Utopia e ainda Paulo de Assis, Logic of Experimentation, entre muitos outros, os quais reforçam a problemática das limitações da escola erudita. Através da metodologia de Laboratório Experimental, e respetiva análise de conteúdo, este estudo visa essencialmente dar resposta aos seguintes problemas: a afinação como fator limitador/inovador, os problemas associados à escassez de intérpretes da obra de Lopes-Graça (existindo apenas uma gravação da integral dos 24 Prelúdios para Piano) e ainda das possíveis limitações da escola erudita de piano. Recorrendo à assemblage como processo criativo serão apresentados nos seguintes links alguns dos resultados musicais e respetivas conclusões.
Peer review: yes
URI: http://hdl.handle.net/10773/40566
Publisher Version: https://www.spimusica.pt/wp-content/uploads/2023/09/ENIM23.pdf
Appears in Collections:INETmd - Comunicações

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
ENIM23_Experimentação e assemblage.pdf29.82 kBAdobe PDFView/Open


FacebookTwitterLinkedIn
Formato BibTex MendeleyEndnote Degois 

Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.