A forma de cálculo de variáveis altera as conclusões a retirar?: um estudo aplicado ao rácio ROI (Return on Investment)

Abstract

O objetivo desta investigação prende-se em estudar a performance financeira das empresas, através de um dos indicadores de lucratividade mais utilizados, o Return On Investment (ROI), que mede o desempenho da empresa em termos do lucro gerado ao longo do período. Para isso, são utilizadas diversas metodologias de cálculo distintas do indicador ROI, através dos mais diversos autores que as usaram ao longo dos anos, utilizando cada uma delas como variáveis explicadas diferentes, e assim modelos econométricos de dados em painel distintos, considerando-se variáveis independentes iguais. Identificou-se na literatura a utilização de diferentes fórmulas de cálculo do ROI, que conduziam também a diferentes conclusões. Neste contexto, surgiu o interesse neste estudo para se conseguir perceber se a existência de diferentes metodologias de cálculo de indicadores poderá exercer ou não influência nos resultados obtidos. Com uma amostra de estudo composta por 107.442 empresas portuguesas, a análise passa por verificar como os diferentes indicadores reagem às diferentes variáveis analisadas, através de 9 modelos econométricos distintos. Através deste estudo é possível verificar que as diferentes variáveis dependentes ROI revelam resultados distintos, sendo que, tendo em conta o primeiro ROI as variáveis “idade”, “roa” e “alavfin” afetam positivamente o ROI, enquanto o “taman” afeta negativamente. Estes resultados são importantes empiricamente na medida que alertam os investigadores e as empresas para a necessidade de existirem fórmulas de cálculo de variáveis como o ROI uniformes para que os resultados não sejam enviesados. Todavia, não foi possível determinar qual a melhor fórmula de cálculo do ROI a usar, apenas foi verificado de entre as diferentes medidas quais as que proporcionam um maior número de resultados significativos, e que o uso de uma em detrimento da outra terá clara influência nos resultados obtidos e análises a realizar. A maneira como a investigação empírica continuará a usar o rácio ROI vai depender sempre da discricionariedade e livre-arbítrio dos seus utilizadores.

The objective of this research is to study the financial performance of companies, through one of the most used profitability indicators, the Return on Investment (ROI), which measures the company's performance in terms of the profit generated over the period. To this end, several different methodologies for calculating the ROI indicator are used, accounting for those different computing ways used by the most diverse authors over the years, using each of them as different dependent variables, and thus different panel data econometric models, considering the same independent variables. The use of different ROI calculation formulas was identified in the literature, which also led to different conclusions. In this context, the interest in this study arose to understand whether the existence of different methodologies for calculating indicators may or may not influence the results obtained. With a study sample consisting of 107.442 Portuguese companies, the analysis involves verifying how the different indicators react to the different variables analysed, through 9 different econometric models. Through this study it is possible to verify that the different ROI dependent variables reveal distinct results, being that, considering the first ROI the variables "age", "roa" and "alavfin" affect positively the ROI, while "taman" affects negatively. These results are important empirically in that they alert researchers and companies to the need for uniform formulas for calculating variables such as ROI so that the results are not biased. However, we were not able to determine which is the best ROI calculation formula to use, we only verified which of the different measures provide a greater number of significant results, and that the use of one in detriment of the other will have a clear influence on the results obtained and analyses to be carried out. The way empirical research will continue to use the ROI ratio will always depend on the discretion and free will of its users.