Densificação e crescimento de grão em dolomites

Abstract

Utilizando uma dolomite sintética de pureza elevada, calcinada a diferentes pressões de C02 [vazio (6,65*10-3 Pa de ar), 2,66*103 Pa e 13,33*103 Pa] e uma dolomite natural impura, calcinada a 1000˚C ao ar, em que se fez variar a composição adicionando Al203 [1-10% ponderal] e CaCO3 [18,7%], investigou-se: i) A influência das condições de calcinação, da moagem, da atmosfera e da temperatura de sinterização na densificação e microestrutura da dolomite sintética; ii) O efeito da composição e da temperatura de sinterização na densificação e microestrutura da dolomite natural; iii) A aplicabilidade das conclusões principais do modelo estatístico de Kuczynski a sistemas com duas fases cristalinas como a dolomite, em que a fracção volúmica da fase minoritária (MgO) e a porosidade residual sejam o equivalente à porosidade aberta num sistema monofásico no modelo estatístico. A dolomite sintética não moída, sinterizada isotérmicamente ao ar entre 1650-1750 ˚C, evidenciou fenómenos de interrupção temporária da densificação e mesmo de desdensificação seguida de rápida densificação. A desdensificação foi correlacionada com a morfologia dos pós calcinados e o rearranjo microestrutural durante a sinterização. O tratamento estatístico pôs em evidência relações importantes entre as condições de preparação dos pós calcinados e o crescimento de grão na sinterização, confirmou que o modelo estatístico é globalmente válido, e mostrou uma proporcionalidade entre as larguras relativas das distribuições dos tamanhos de grão do CaO e do MgO, que a forma original do modelo não previa.