Nothing as practical as a good theory?: returns to vocational secondary education in early career years

Abstract

Portugal has recently extended compulsory schooling until the age of eighteen, in an attempt to increase educational levels among the working population. This thought coincided with the strong resurgence of vocationally oriented secondary education courses, which now represent almost half of the new student cohorts. A much larger number of high school graduates therefore face the choice to start working immediately after compulsory education and to choose a more vocational or more general approach. This dissertation estimates and breaks down the wage returns associated with choosing a more or less vocational path in secondary education. We analysed, in particular, the salaries associated with educational trajectories oriented towards the vocational and those of more general orientation during the first five years of employment. After carefully describing the institutional changes associated with the vocational reorientation of the educational system since 1983, we use a data set linked between employer-employee that collects information regarding all private and non-profit employees recently graduated through one of these two education pathways. In line with the debate on the advantages or dangers of early specialization, our results suggest that, controlling for an effect of other variables, a vocational course is associated with lower wages (1.21%) at the beginning of the career which show a more accelerated growth trend (0.37%) with higher levels of experience. The results also show, however, that there is a significant level of wage inequality between men and women (with women earning 7.37% less than men) and that this difference is growing with higher levels of experience.

Portugal alargou, recentemente, a escolaridade obrigatória até aos dezoito anos, numa tentativa de aumentar os níveis de escolaridade entre a população activa. Essa aposta coincidiu com o forte ressurgimento de cursos de educação secundária de orientação profissional, que agora representam quase metade das novas coortes de estudantes. Um número muito maior de diplomados do ensino médio enfrenta, portanto, a escolha de começar a trabalhar imediatamente após a escolaridade obrigatória e o de escolher uma via mais profissionalizante ou mais generalista. Esta dissertação estima e decompõe os retornos salariais associados à escolha de uma trajetória mais ou menos profissionalizante no ensino secundário. Analisamos, em particular, os salários associados às trajetórias educacionais orientadas para o profissional e as de orientação mais geral ao longo dos primeiros cinco anos de emprego. Depois de descrever cuidadosamente as mudanças institucionais associadas à reorientação profissional do sistema educacional desde 1983, usamos um conjunto de dados vinculados entre empregador-empregado que coleta informação referente a todos os assalariados do setor privado e não lucrativo recentemente diplomados por uma destas duas vias de ensino. Em linha com o debate sobre as vantagens ou perigos da especialização precoce, os nossos resultados sugerem que, controlando para um efeito de outras variáveis, um curso profissional está associado a salários mais baixos (1.21%) no início da carreira mas que demonstram uma tendência mais acelerada de crescimento (0.37%) com maiores níveis de experiência. Os resultados mostram também, contudo, que existe um nível de desigualdade salarial importante entre homens e mulheres (com as mulheres a ganhar menos 7,37% do que os homens) e que esta diferença é crescente com maiores níveis de experiência.