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http://hdl.handle.net/10773/11013
Title: | Emoção e cognição em crianças vítimas de maus-tratos |
Author: | Saldanha, Sónia Marisa Martins |
Advisor: | Santos, Isabel Maria Barbas dos |
Keywords: | Psicologia das crianças Crianças maltratadas Crianças em idade escolar Comunicação não-verbal Expressão facial Emoções Desenvolvimento cognitivo |
Defense Date: | 2013 |
Publisher: | Universidade de Aveiro |
Abstract: | Os maus-tratos infantis são uma dura realidade, que podem causar sequelas
físicas, cognitivas, afetivas e sociais. O presente estudo teve como objetivo
comparar o processamento emocional, desempenho cognitivo e indicadores
depressivos em crianças institucionalizadas e crianças inseridas em ambiente
familiar. A amostra é constituída por 23 crianças institucionalizadas e 23
crianças em ambiente familiar (10 raparigas e 13 rapazes em cada grupo),com
idades entre 6 e 11 anos. Os resultados obtidos sugerem que crianças
institucionalizadas apresentam médias de desempenho cognitivo inferiores e
índices de depressão superiores, comparativamente com crianças inseridas
em ambiente familiar. Quanto ao processamento emocional, os resultados
obtidos são um pouco diferentes nas três provas de processamento emocional,
contudo sugerem que expressões de tristeza e surpresa apresentam médias
de reconhecimento inferiores no grupo de crianças institucionalizadas. Uma
prova de busca visual com estímulos emocionais esquemáticos apresenta uma
percentagem de acertos inferiores para expressões faciais de alegria,
particularmente para as crianças institucionalizadas. Não se encontraram
diferenças significativas no tempo de reação entre expressões faciais neutras
e expressões emocionais. De um modo geral, os resultados do presente
estudo sugerem dificuldades ao nível do reconhecimento e processamento de
expressões emocionais, particularmente ao nível da tristeza, alegria e
surpresa, juntamente com dificuldades cognitivas e níveis de depressão mais
elevados em crianças vítimas de maus-tratos. Consideramos como
particularmente interessantes os resultados observados para a tristeza e
alegria, uma vez que são emoções especialmente relevantes em termos da
experiência pessoal destas crianças. A tristeza revelou níveis mais baixos de
reconhecimento, enquanto para a alegria os resultados indicam um défice ao
nível da sua deteção entre faces neutras. Este estudo veio alertar para
dificuldades de processamento relativamente a expressões faciais diferentes
das que foram normalmente encontradas em estudos anteriores. Considera-se
assim pertinente que futuros estudos explorem estes dados de maneira mais
aprofundada, e que investiguem prováveis dificuldades nas crianças em
detetarem expressões emocionais ambíguas e possíveis enviesamentos
atencionais no sentido de uma mais fácil ou mais difícil deteção de
determinadas emoções. Child Abuse is a harsh reality that may cause physical, cognitive, emotional and social sequelae. This study aims to compare emotional processing, cognitive performance and possible depression indicators in institutionalized children and children in family environment. Participants were 23 institutionalized children and 23 children who lived with their families (10 girls and 13 boys in each group), whose age ranged from 6 to 11 years-old. The results suggest that institutionalized children show, on average, lower cognitive performance and higher depression indicators compared with children in family environment. As for emotional processing, results suggest some differences between the three emotional tasks. Institutionalized children show lower levels of recognition for sadness and surprise faces. A visual search task with emotional schematic stimuli showed a lower percentage of correct responses for happy faces, particularly for institutionalized children. There were no significant differences in reaction times between neutral faces and emotional faces. Globally, the results from the present study suggest difficulties in facial expression recognition and processing, particularly for sadness, happiness and surprise, in abused children, along with cognitive difficulties and higher depression levels. We consider that the results observed for sadness and happiness are particularly interesting, since these emotions are especially relevant in terms of the personal experiences of these children. Sadness revealed lower levels of recognition, whereas for happiness, results suggest a detection deficit for this emotion amongst neutral faces. This study highlighted some difficulties in processing facial expressions that are not the ones commonly found in previous studies. Therefore, we consider that future studies should explore these findings more in depth, investigating probable difficulties of children in identifying ambiguous emotional expressions and possible attentional biases towards an easier or more difficult detection of certain emotions. |
Description: | Mestrado em Psicologia Forense |
URI: | http://hdl.handle.net/10773/11013 |
Appears in Collections: | UA - Dissertações de mestrado DEP - Dissertações de mestrado |
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