Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10773/10001
Title: Psicopatologia e a queixa na violência doméstica
Author: Sousa, Joana Torres de
Advisor: Silva, Carlos Fernandes da
Keywords: Psicologia forense
Violência familiar
Psicopatologia
Defense Date: 2012
Publisher: Universidade de Aveiro
Abstract: Pretendemos com este estudo compreender se as vítimas de violência doméstica que apresentam queixa e as que não apresentam se distinguem entre si em relação a aspetos de natureza sociodemográfica (idades, estado civil, situação profissional, idades dos agressores, etc.), em relação ao tipo de violência e consequências, em relação a traços de ansiedade e ansiedade estado, bem como em relação a perturbações psicopatológicas. Recorremos a uma amostra de 63 mulheres vítimas de violência doméstica com processos no Núcleo de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica, da Cáritas Diocesana de Aveiro. Tinham idades entre 25 e 60 anos, com uma média de 44,1 anos. Para o estudo utilizámos uma ficha para recolha de dados sociodemográficos, o STAI-Y1 e o STAI-Y2 para autoavaliação da ansiedade (traço e estado), bem como o MINI (Mini International Neuropsychiatric Interview), para despistar perturbações psiquiátricas, risco de suicídio e perturbações de personalidade. Os dados foram analisados com o programa SPSS 17.0. Conseguimos perceber que relativamente a dados sociodemográficos e à ansiedade traço e estado, as vítimas que apresentaram queixa não se distinguem das que não apresentaram. Constatámos que, na generalidade dos resultados encontrados relativamente à caracterização sociodemográfica dos agressores e vítimas, os nossos dados são semelhantes aos das estatísticas da APAV. Relativamente ao teste das nossas hipóteses, nomeadamente às variáveis clínicas avaliadas pela entrevista estruturada com o guião do MINI, perturbação obsessivo-compulsiva, anorexia e bulimia, dependência e abuso de álcool e substâncias, não estão de acordo com os resultados encontrados na literatura. Os nossos resultados relativamente à perturbação de pânico, risco de suicídio, stresse pós-traumático, depressão major, distimia e a ansiedade generalizada vão de encontro aos relatados na literatura. Relativamente ao facto de todas as vítimas da nossa amostra com perturbação psicótica atual e com perturbação do humor com sintomas psicóticos terem apresentado queixa, alerta-nos para um problema sério. Efetivamente, os doentes psicóticos, pela sua atividade delirante podem apresentar queixas não fundamentadas. Por outro lado, podem, numa percentagem significativa, agredir, provocando um ciclo interpessoal de agressões mútuas. Comparando as participantes em função de terem ou não apresentado queixa, na nossa amostra, das 35 vítimas com perturbação de ansiedade generalizada, 2/3 apresentaram queixa, e quanto ao suicídio, todas as vítimas com risco elevado de suicídio apresentaram queixa, e apenas cerca de 1/3 das vítimas com risco ligeiro apresentou queixa. Como limitação a este estudo, temos o facto de as vítimas que participaram se terem voluntariado para tal. Isto é, sendo uma amostra intencional, não houve amostragem aleatória, pelo que estes nossos dados não são generalizáveis à população geral. A segunda limitação é relativa à distância temporal entre as agressões e a recolha de dados. Como foi utilizada toda a base de dados do Núcleo, foram contactadas vítimas com processo há três anos, que já passaram por separações e por terapias e tratamentos psiquiátricos, o que pode enviesar alguns dados.
This study intend to understand whether victims of domestic violence who report violence to the authorities and the ones who don’t, could be distinguished in sociodemographic aspects (age, marital status, employment status, age of offenders, etc.), type of violence and consequences, or psychological disorders. We used a sample of 63 women who reported domestic violence in the Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica, at Cáritas Diocesana de Aveiro. Women have ages between 25 and 60 years, with an average of 44,1 years. For this study we used a form to collect sociodemographic data, STAI-Y1 and STAI-Y2 to anxiety (state and trait) self-evaluation and MINI (Mini international Neuropsychiatric Interview), to screen psychiatric disorders, suicidal risk and personality disorders. Data were analyzed with using SPSS 17.0. We realize that for sociodemographic and state and trait anxiety, victims who complained are indistinguishable from those who did not. We found that, in most results regarding the sociodemographic characteristics of perpetrators and victims, our data are similar to the statistics of APAV. For our hypotheses, particularly clinical variables assessed by structured interview with the script of MINI, obsessive compulsive disorder, anorexia and bulimia, addiction and abuse of alcohol and other substances, are not in agreement with the results found in the literature. Our results regarding panic disorder, suicide risk, post-traumatic stress, major depression, dysthymia and generalized anxiety are similar to those reported in the literature. Regarding the fact that all the victims with current psychotic disorder and mood disorder with psychotic symptoms have presented complaints, alerts us to a serious problem. Indeed, psychotic patients, because of their delusional activity may lodge unsubstantiated complaints. On the other hand, there is a high probable significant percentage which can cause a cycle of interpersonal mutual aggressions. Comparing the participants according to whether or not report domestic violence, from 35 victims with generalized anxiety disorder, approximately two thirds has complained. With regard to suicide, all victims at high risk has complained, and only about 1/3 with slight risk has filed a complaint. As a limitation to this study, we have the fact that the victims who participated are volunteers. This is, being a purposive sample, no random sampling, our data cannot be generalized to the general population. The second limitation is related to the temporal distance between the attacks and data collection. As was used the whole database of the center, victims with a three year process, who have gone through separations and psychiatric therapies and treatments, were contacted, which may bias some data.
Description: Mestrado em Psicologia Forense
URI: http://hdl.handle.net/10773/10001
Appears in Collections:UA - Dissertações de mestrado
DEP - Dissertações de mestrado

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