TY: THES T1 - Estudo das reacções celulares no músculo esquelético em condições de hipogravidade simulada no modelo animal A1 - Ferreira, Rita Maria Pinho N2 - O presente trabalho teve como objectivos principais, em animais suspensos pela cauda: (i) estudar a resposta atrófica do músculo esquelético durante uma semana de hipogravidade simulada; (ii) avaliar as manifestações bioquímicas e estruturais de morte celular e de proteólise nos músculos atróficos; (iii) estudar a contribuição temporal destes mecanismos durante uma semana de suspensão do animal; (iv) analisar a influência do padrão fenotípico muscular na resposta atrófica, e (v) avaliar a contribuição dos diferentes tipos de células do tecido muscular esquelético ao longo de uma semana de suspensão. Para alcançar estes objectivos, sete grupos de ratinhos Charles River CD1 machos (n=30 por cada grupo) foram considerados de acordo com o período de suspensão do animal: 0 (grupo controlo), 6, 12, 24, 48, 72 horas e uma semana. Quarenta e oito horas antes do sacrifício, 10 animais de cada grupo foram injectados com BrdU enquanto que os restantes 20 ratinhos foram injectados com uma solução salina. Uma vez finalizado o respectivo tempo de suspensão, os músculos soleus e gastrocnemius foram removidos e tratados de acordo com os parâmetros bioquímicos (expressão de isoformas MLC, marcadores apoptóticos, autolíticos, inflamatórios, proteolíticos e de proliferação celular) e os índices morfológicos (morfometria, ultraestrutura e imunohistoquímica) a serem analisados. Os resultados confirmam o impacto negativo que a remoção de carga exerce na massa muscular e na área transversal das fibras dos músculos soleus e gastrocnemius. Nas condições experimentais estudadas observou-se, no gastrocnemius, uma progressiva expressão fenotípica característica das fibras de contracção rápida. A activação de estratégias celulares e moleculares específicas, nomeadamente dos mecanismos de morte celular e de proteólise, acompanharam estas alterações do sistema contráctil. A apoptose e a necrose parecem constituir os mecanismos subjacentes à eliminação de mionúcleos e dos seus domínios das fibras atróficas. Vários sistemas proteolíticos parecem intervir na degradação de proteínas musculares constatada nas condições experimentais estudadas, nomeadamente o sistema lisossómico, as proteases neutras activadas pelo cálcio e o sistema da ubiquitina-proteassoma. A activação destes processos celulares foi contrabalançada por uma actividade celular proliferativa (células satélite, células intersticiais endoteliais e não endoteliais) , avaliada pela incorporação de BrdU, o que sugere o envolvimento de mecanismos reguladores entre os processos anabólicos e catabólicos, na resposta atrófica. Os dados bioquímicos e morfológicos suportam a hipótese que defende o envolvimento de vários mecanismos celulares no desenvolvimento da atrofia muscular esquelética, embora com contribuições temporais distintas e dependente do fenótipo muscular. Os resultados não suportam a existência de um padrão comum de atrofia em diferentes músculos submetidos às mesmas condições de hipogravidade simulada. UR - https://ria.ua.pt/handle/10773/4702 Y1 - 2006 PB - Universidade de Aveiro