TY: THES T1 - Agressividade em adolescentes e perceção de expressões faciais de emoção A1 - Silva, Cláudia Alexandra Henriques da N2 - Nos últimos anos, alguns estudos têm-se debruçado sobre a relação entre o processamento de informação social e a agressividade, explorando os diversos constructos inerentes a cada um dos conceitos. O processamento da informação social refere-se à forma como o individuo entende o mundo que o rodeia ao nível das interações, e abrange o conceito de reconhecimento de expressões faciais de emoção. Uma correta perceção das emoções nas faces dos outros permite a ocorrência de interações mais saudáveis, pois o individuo vai atendendo às pistas que recebe do outro, para além da linguagem verbal, e pode moldar o seu comportamento em função disso. Quando acontecem erros neste processo de reconhecimento de emoções nas faces, a resposta emitida pelo individuo pode ser desajustada perante as pistas recebidas, e como tal, pode traduzir-se numa resposta agressiva. O presente estudo pretende caracterizar e comparar o processamento de expressões faciais de emoção em adolescentes, nomeadamente com diferentes níveis de agressividade reativa, que acontece em resposta a uma ameaça real ou imaginada sentida pelo indivíduo. Da amostra constam 98 participantes de quatro turmas de 10º ano, os quais foram divididos num grupo de baixa agressividade reativa (n=29), um grupo de agressividade reativa média (n=43) e um grupo de alta agressividade reativa (n=26), em função das suas respostas num inventário de autorrelato, em específico numa medida de agressão reativa. Os participantes responderam a uma tarefa de reconhecimento de expressões faciais emocionais, que consistiu na apresentação de sessenta estímulos divididos por cada uma de seis emoções, a saber, raiva, alegria, tristeza, nojo, surpresa e medo. Para cada estímulo, era apresentada uma sequência de faces ao longo de um contínuo de transformação que ia de 0% a 150% de intensidade da emoção expressada. O estudo pretendia avaliar a correção das respostas dadas na identificação de cada emoção e a quantidade de pistas faciais necessárias para responder, em função do nível de agressividade reativa do participante. Foram encontrados resultados congruentes entre os participantes para as percentagens de acerto e etapa de resposta, sendo que consistentemente os participantes tiveram menos dificuldades na perceção das emoções de alegria e surpresa, e por outro lado tenderam a errar mais nas emoções de tristeza e raiva, para além de utilizarem mais etapas para responder. Não foram encontradas diferenças entre os grupos relativamente às variáveis estudadas. A investigação aqui tratada constitui-se como uma mais-valia para o conhecimento sobre a forma de percecionar as emoções dos outros durante o período da adolescência, o que poderá traduzir-se em implicações clínicas nomeadamente ao nível de perceber o desenvolvimento da agressividade. UR - https://ria.ua.pt/handle/10773/15439 Y1 - 2015 PB - Universidade de Aveiro