TY: THES T1 - Percursos dialógicos nas narrativas de Paula Rego e Frida Kahlo A1 - Oliveira, Maria Idalinda Pinho de N2 - O presente trabalho tem como objetivo analisar as ligações entre a Literatura e as Artes Visuais, através da obra das pintoras Paula Rego e Frida Kahlo, cruzando os seus percursos dialógicos narrativos e procurando entender qual o seu contributo para a compreensão do universo feminino. Estas duas artistas conquistaram o reconhecimento internacional da sua obra, distanciando-se dos cânones de beleza convencionais, usando muitas vezes o grotesco como forma de expressão. Paula Rego não hesita em denunciar situações sociais prementes como o aborto, a violência doméstica, o tráfico humano, maus tratos a crianças ou a excisão feminina, retratando-os de forma incisiva, mordaz ou sarcástica, recorrendo ao grotesco, explorando múltiplos pontos de vista em cada temática e conquistando a atenção dos observadores, convidando-os à reflexão. Na sua obra, as relações entre as crianças e os adultos são muitas vezes ambíguas, com narrativas complexas, exigindo uma observação atenta e sujeitas a múltiplas interpretações. Vivendo desde a sua juventude em Londres, onde tem desenvolvido toda a sua obra, é em Portugal que a artista encontra motivações e fontes de inspiração, revisitando de forma continuada as suas raízes culturais e o seu imaginário infantil. Frida Kahlo toma-se a si mesma como temática da sua obra e objeto da sua expressão artística, já que teve longos períodos de imobilidade na cama, devido a um acidente. Não sendo autoindulgente nos seus autorretratos, representa-se de maneira provocadora e mesmo cruel, realçando no rosto os traços que lhe dão uma aparência andrógina, como as sobrancelhas juntas na testa e um buço acentuado e um olhar penetrante e perscrutador, fixado nos observadores. Os múltiplos autorretratos são o reflexo da sua vida, narrando os acontecimentos de uma forma simbólica: em corpo inteiro são representados os acontecimentos importantes, enquanto em meio corpo são espelhados os seus sentimentos e estados de alma permanentes. Pintar-se uma e outra vez permite à artista conhecer-se na sua plenitude, identificando-se e acentuando a sua ascendência indígena, la raza, cujas raízes culturais pré-colombianas valoriza e realça. UR - https://ria.ua.pt/handle/10773/11952 Y1 - 2013 PB - Universidade de Aveiro