TY: THES T1 - As línguas estrangeiras na educação pré-escolar: representações dos EE A1 - Moreira, Luzia Pinto Monteiro N2 - Face à grande diversidade da população mundial, à mobilidade crescente e à intensificação dos contactos entre pessoas de diferentes partes do mundo, mais do que nunca se evidencia a importância da promoção de uma educação intercultural (Conselho da Europa, 2008). O ensino de Línguas Estrangeiras (LE) em idades muito jovens pode constituir-se um espaço de formação linguística e intercultural que, numa altura importante em termos de construção de alicerces de formação pessoal e social aliada ao desenvolvimento da competência comunicativa, promova o espírito de abertura e aceitação do Outro pelas crianças e a capacidade de aprender línguas ao longo da vida. Com efeito, vários estudos (Dulay, Burt & Krashen, 1982; Vigotsky, 1999) remetem para contributos da aprendizagem de LE em Idade Pré-Escolar (PE) no desenvolvimento das crianças, nomeadamente a nível fonológico, cognitivo e social. Com este estudo pretendemos contribuir para a compreensão das dinâmicas relacionadas com a oferta de aprendizagem de LE, bem como para a procura de caminhos que promovam um trabalho educativo efetivo no que respeita às atitudes e interesses da família sobre a educação em línguas numa das etapas fundamentais no desenvolvimento da criança: a Educação Pré-Escolar (EPE). Para tal, a presente investigação centra-se nas representações de Encarregados de Educação (EE) sobre a aprendizagem de LE e, mais concretamente, sobre a aprendizagem e oferta de LE na EPE. Optámos por analisar as representações de EE, visto consideramos que estes, sendo importantes parceiros no processo educativo em EPE, podem ter um papel preponderante no que respeita à tomada de decisão sobre a oferta de aprendizagem de LE nesse contexto. Neste âmbito, a nossa pesquisa incide sobre os EE cujos educandos frequentam instituições de EP privadas no Concelho de Ovar. Seguimos uma metodologia de tipo quantitativo, optando pela tipologia de Sondagem, tendo os dados sido recolhidos através de um inquérito por questionário aplicado aos Encarregados de Educação dos alunos de todas as instituições privadas de EPE desse Concelho no ano letivo de 2011/2012. Os resultados do estudo sugerem que os EE reconhecem a importância e as finalidades da aprendizagem de LE para o desenvolvimento da criança e que são favoráveis à iniciação da sua aprendizagem em idade PE. No entanto, os inquiridos demostram pouco conhecimento sobre os contributos da aprendizagem de LE para o desenvolvimento da Língua Materna da criança. Além disso, verificámos que a oferta de LE na instituição de PE é tendencialmente apenas de uma LE e que o envolvimento dos EE na tomada de decisões relativas à oferta de LE na instituição de EPE parece ser reduzido. Há indícios de que que a relação e a cooperação mútua entre Família e as instituições de EPE não se operam de uma forma muito eficaz. A partir dos resultados obtidos, consideramos que há caminhos a trilhar no sentido de promover representações mais positivas relativas à aprendizagem de LE no PE no contexto de uma educação plurilingue e intercultural desde os primeiros anos de escolaridade. Julgamos ser necessário agir junto dos diversos atores educativos, no sentido de sensibilizar e informar os EE, Educadores e órgãos diretivos das instituições, do importante contributo da dinâmica LE-LM para o desenvolvimento integral da criança, nomeadamente numa lógica de sensibilização à diversidade linguística e cultural. Além disso, pensamos ser relevante não se limitarem as possibilidades de oferta em termos de LE, adequando esta oferta de acordo com as características, necessidades e interesses do contexto educativo. Acresce ainda destacar a necessária melhoria da relação entre os EE e a instituição, sendo para tal essencial consciencializar os EE para a importância do seu papel e das suas responsabilidades na construção, execução e avaliação do projeto educativo na EPE, bem como sensibilizar os profissionais atuantes na EPE para as vantagens da cooperação dos pais nesse processo, tendo em vista uma educação de qualidade em prol do desenvolvimento integral da criança. Acreditamos que a criação de Orientações Curriculares para a educação em línguas na EPE, numa perspetiva plurilingue e intercultural, será um passo importante para um trabalho mais efetivo nesse âmbito. UR - https://ria.ua.pt/handle/10773/9884 Y1 - 2012 PB - Universidade de Aveiro