TY: THES T1 - Métodos biológicos de controlo da amêijoa invasora Corbicula fluminea A1 - Pinho, Sónia Cristina Prates N2 - A amêijoa invasora Corbicula fluminea é causadora de graves impactos, tanto ambientais como económicos, nos locais invadidos. Os métodos de controlo químicos e físicos são especialmente dispendiosos e prejudiciais para o ambiente, atingindo espécies não alvo. O controlo biológico de espécies invasoras tem o potencial de ser uma ferramenta eficaz, segura, de baixos custos e benigna para o ambiente. No âmbito da presente dissertação, avaliouse o potencial de utilizar peixes de água doce como ferramentas de controlo biológico, nas suas vertentes direta (predação propriamente dita) e indireta (indução de evitamento). Em primeiro lugar, avaliou-se o potencial da predação como método direto de controlo biológico de C. fluminea. Numa primeira fase, foram inspecionados os conteúdos estomacais de peixes capturados num sistema de canais e valas onde C. fluminea é extremamente abundante. Apenas se confirmou a presença desta amêijoa nos estômagos de Barbus bocagei, com uma frequência de ocorrência de 50%, mas com uma reduzida importância (< 5% conteúdo estomacal). Com base nestes dados e na literatura disponível, foram selecionados dois modelos para experiências de predação com a presa C. fluminea: B. bocagei e Lepomis gibbosus. O interesse demonstrado por ambas as espécies de peixes por exemplares de C. fluminea nas experiências de predação foi muito reduzido, mesmo em amêijoas de reduzidas dimensões (< 1 cm). Experiências adicionais permitiram demonstrar que a parca utilização de C. fluminea como presa se deveu à ação protetora da sua concha. Do ponto de vista aplicado, o potencial destas espécies de peixe como predadores de C. fluminea é reduzido (Barbus) ou nulo (Lepomis), o que afasta a possibilidade de os utilizar como ferramentas de controlo direto. Utilizando L. gibbosus como modelo experimental em laboratório, testou-se ainda os efeitos indiretos da presença do peixe no comportamento de C. fluminea através de experiências de evitamento. Estas experiências basearamse na capacidade das presas modificarem o seu comportamento ao percecionarem sinais infoquímicos por parte do predador. Os resultados obtidos demonstraram que as amêijoas respondem à presença do predador, deslocando-se ativamente. Contudo, a amplitude e direção dessa deslocação dependeram da presença de um refúgio para a presa, da dieta dos peixes, e das condições de iluminação. Estes resultados demonstram a necessidade de compreender melhor estas interações, no sentido de estabelecer a utilidade do uso de predadores (ou os seus infoquímicos) como forma de criar zonas de exclusão em áreas sensíveis de infraestruturas hidrodependentes. UR - https://ria.ua.pt/handle/10773/9491 Y1 - 2012 PB - Universidade de Aveiro