Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10773/7872
Title: As letras capitulares na ilustração dos livros infantis em Portugal, nos séculos XIX e XX
Author: Oliveira, Rosa Maria
Caetano, João Manuel
Keywords: narrativa visual
paginação
ilustração
ornamento
fantasia
Issue Date: Jan-2012
Publisher: Universidade de Aveiro
Abstract: O presente trabalho tem por objecto o desenho de letras capitulares (ou capitais) nos textos destinados às crianças desde finais do século XIX até meados da década de 1970 e insere-se no âmbito da investigação em curso sobre a ilustração infanto-juvenil em Portugal. Longe de ser um estudo conclusivo sobre a matéria, o que propomos é um olhar descomprometido sobre certas particularidades (visuais e gráficas) assumidas por estes caracteres no contexto das obras infantis, algumas das quais são peças fundamentais da literatura infanto-juvenil em língua portuguesa. Os exemplos seleccionados (cerca de cinquenta) resultaram da escolha feita com base num leque muito alargado de publicações, entre jornais, revistas e livros, tendo em conta diversos géneros e formatos - do conto tradicional ao romance de aventuras, da revista em fascículo ao álbum ilustrado. Em termos metodológicos, optámos por uma exposição não cronológica dos exemplos, mas sim focalizada em aspectos formais e estéticos dos elementos em estudo. Optámos pela apresentação integral da página onde aqueles elementos foram impressos. Num primeiro momento, verificamos que a utilização das letras capitulares (pelo menos, no caso das obras destinadas à infância) não decorre de uma intencionalidade artística precisa, ou de uma atitude concertada relativamente à sua integração no todo composicional da obra, mas que, muitas vezes, essa opção podia ser fruto do livre arbítrio ou do preconceito de gosto do compositor que, na ocasião, tinha a obra ao seu encargo. Na realidade, as letras capitais, eram vistas como caracteres tipográficos e não como imagens, transmutados em desenhos, é certo, mas nunca deixando de fazer parte do alfabeto escrito; talvez por isso, a manipulação desses caracteres em contexto de paginação e composição não fizesse parte das competências do desenhador, mas sim do compositor ou do impressor. Nada que não se compreenda se pensarmos que, durante séculos, a acção do ilustrador esgota-se quase sempre à entrada das oficinas, após terem sido entregues os originais. Mesmo durante o século XVIII, considerado por Ernesto Soares “incontestavelmente o que maior brilho apresenta na ilustração do livro” (Soares, 1961: 20), era habitual os desenhos passarem para as mãos dos incisores, gravadores e tipógrafos, que dentro dos ateliers oficinais os transformavam em gravuras ou litografias para depois serem incluídas nas obras. Certas unidades tipográficas importantes, como por exemplo a Casa Literária do Arco do Cego, um projecto editorial iniciado em 1799, chegavam a ter um corpo de gravadores e iluminadores considerável. O estatuto artístico destes profissionais era de tal modo incontestado, que as gravuras impressas a partir dos desenhos originais (ou mesmo pinturas) incluíam, geralmente, não só o nome do artista, como também o do gravador. Tal como o manuscrito do escritor ficava a cargo dos tipógrafos mais experientes, assim os desenhos terminavam nas mãos daqueles profissionais, cujo engenho (mas nem sempre a arte) procurava não desvirtuar o original.
Peer review: yes
URI: http://hdl.handle.net/10773/7872
ISBN: 978-972-789-348-5
Publisher Version: http://entipografia.web.ua.pt/
Appears in Collections:ID+ - Comunicações

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
ENT- Texto Final1-1.pdfDados recolhidos4.69 MBAdobe PDFView/Open


FacebookTwitterLinkedIn
Formato BibTex MendeleyEndnote Degois 

Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.