European radical left parties: programmatic change since the fall of the Berlin wall (1989-2021)

Abstract

This dissertation provides an empirical, systematic and detailed analysis of programmatic change in European radical left parties (RLPs) since the fall of the Berlin Wall (1989). In particular, it seeks to understand the programmatic development of the party family since this important critical juncture and the factors that have driven changes in their policy platforms since then. In short, it addresses the question of how and why RLPs have changed programmatically over the past three decades. The first empirical chapter examines the programmatic evolution of RLPs since 1989. It uses data from the Manifesto Project Dataset (MARPOR) to analyse the policy positions and thematic interests expressed in their electoral manifestos. The findings suggest that the European radical left has undergone two periods of substantial programmatic transformation, during the fall of communism in the late 1980s and from the 2000s onwards. Contrary to what the literature suggests, it finds no evidence of a programmatic de-radicalisation of RLPs. Rather, the programmatic changes observed suggest a greater centrality of economic issues in RLP programmes, with the articulation of a more emphatic defence of welfare and the economic tools of traditional social democracy (e.g., market regulation, labour rights), the embrace of green and anti-productivist appeals, and the politicisation of the EU at key moments in the European integration process. At the same time, foreign policy issues, once central to the radical left, have become less relevant in their programmatic platforms. The second empirical chapter assesses the drivers of policy change on the radical left. It analyses the impact of a set of internal, systemic and economic factors on the magnitude and direction of changes in RLP policy positions and emphasis on issues. The findings suggest that none of the factors analysed necessarily lead to RLPs changing their programmes more across all policy areas. Instead, there is evidence that this may happen on some issues when they are older; in opposition; when they suffer greater electoral losses; when certain issues become more salient in party systems; or when economic conditions change. Furthermore, the explanatory factors examined seem to influence RLPs’ strategy on specific policy issues more than the magnitude of their policy changes, leading them to respond mainly by adjusting their programmatic positions and issue emphasis in certain directions. RLPs also seem to adjust their programmes in response to these factors more through changes in positioning than through changes in issue salience.

Esta dissertação fornece uma análise empírica, sistemática e detalhada da mudança programática nos partidos da esquerda radical europeia (PERs) desde a queda do Muro de Berlim (1989). Em particular, procura compreender o desenvolvimento programático da família partidária desde esta importante conjuntura crítica e os fatores que impulsionaram as mudanças nas suas plataformas políticas desde então. Em suma, aborda a questão de como e porquê os PERs mudaram programaticamente ao longo das últimas três décadas. O primeiro capítulo empírico examina a evolução programática dos PERs desde 1989. Utiliza dados do Manifesto Project Dataset (MARPOR) para analisar as posições políticas e os interesses temáticos expressos nos seus manifestos eleitorais. Os resultados sugerem que a esquerda radical europeia passou por dois períodos de transformação programática substancial, durante a queda do comunismo no final da década de 1980 e a partir da década de 2000. Ao contrário do que a literatura sugere, não encontra evidência de uma desradicalização programática dos PERs. Pelo contrário, as mudanças programáticas observadas sugerem uma maior centralidade das questões económicas nos seus programas, com a articulação de uma defesa mais enfática da proteção social e dos instrumentos económicos da socialdemocracia tradicional (por exemplo, regulação do mercado, direitos laborais), a adoção de apelos verdes e anti-produtivistas e a politização da UE em momentos-chave do processo de integração europeia. Ao mesmo tempo, as questões de política externa, outrora centrais para a esquerda radical, tornaramse menos relevantes nas suas plataformas programáticas. O segundo capítulo empírico avalia os fatores que impulsionaram a mudança programática na esquerda radical. Analisa o impacto de um conjunto de fatores internos, sistémicos e económicos na magnitude e direção das mudanças nas posições e ênfase programática dos PERs. Os resultados sugerem que nenhum dos fatores analisados conduz necessariamente a que os PERs alterem mais os seus programas em todas as questões políticas. Antes, há evidência de que isso pode acontecer em alguns temas quando são partidos mais velhos; estão na oposição; sofrem maiores perdas eleitorais; quando certos temas políticos se tornam mais salientes nos sistemas partidários; ou quando as condições económicas mudam. Além disso, os fatores examinados parecem influenciar mais a estratégia dos PERs em questões políticas específicas do que a magnitude das suas mudanças programáticas, levando-os sobretudo a ajustar as suas posições e atenção temática em direções específicas. Parecem também ajustar os seus programas em resposta a estes fatores mais através de mudanças de posicionamento do que de mudanças na saliência das questões.