Supervisão pedagógica: revisão e análise da supervisão pedagógica à luz do modelo clínico

Abstract

A supervisão colaborativa pode facilitar o desenvolvimento profissional dos professores, contribuindo para melhoras as suas aptidões, competências e conhecimentos científicos e pedagógicos (Coimbra et al., 2020), quando é perspetivada a sua função formativa (Martins, 2016). Neste contexto, colaboração pressupõe supervisão horizontal entre professores e auto e hetero-supervisão (Alarcão & Tavares, 2003). O modelo clínico de supervisão pedagógica prevê que professor, supervisor e pares se envolvam num clima de partilha, confiança mútua e colaboração, sendo adequado a diversos contextos e que todos os intervenientes no processo assumam responsabilidades e autodesenvolvam capacidades (Mesquita & Roldão, 2017). Enunciámos como questões de investigação: O que diz a literatura recente sobre supervisão colaborativa?; Que estudos foram realizados em contexto de Ensino Superior?; Como perspetivamos a estratégia de supervisão colaborativa tendo por base os pressupostos do modelo clínico? Efetuámos uma revisão narrativa da literatura, segundo os princípios propostos por Bearman et al. (2012), e uma análise reflexiva do um corpus final de 11 artigos, tomando como referência Sá-Chaves (2000). Da revisão de literatura emergiram as categorias: características do papel de supervisor e estratégias, vantagens, limitações e desafios da supervisão colaborativa. No contexto de Ensino Superior foram encontrados apenas três estudos. À semelhança da supervisão colaborativa, o modelo clínico pressupõe o estabelecimento de parcerias e uma relação colegial, em que, o supervisor ajuda o supervisionado a analisar e repensar a sua prática profissional, o que permite melhorar o ensino. Da análise efetuada, consideramos ser necessário investir em projetos que comprovem o valor da supervisão colaborativa como promotora do desenvolvimento profissional, uma vez que ainda persistem conceções de supervisão ligadas à hierarquização, em detrimento da colaboração. O modelo clínico parece ser versátil e permitir incorporar estratégias de supervisão colaborativa.

Collaborative supervision can facilitate teachers professional development, contributing to improve their skills, competences and scientific and pedagogical knowledge (Coimbra et al., 2020), when its formative function is perspectived (Martins, 2016). In this context, collaboration foresees horizontal supervision between teachers and self and hetero-supervision (Alarcão & Tavares, 2003). The clinical model of pedagogical supervision provides that teachers, supervisors and peers engage in a climate of sharing, mutual trust and collaboration, being appropriate for different contexts and that all actors in the process assume responsibility and selfdevelop capabilities (Mesquita & Roldão, 2017). We have described the research questions: What does recent literature on collaborative supervision say?; What studies were conducted Higher Education context?; How do we view the collaborative supervision strategy based on the clinical model assumptions? We carried out a literature narrative review, according as proposed by Bearman et al. (2012), and a reflexive analysis of the 11 final articles included, taking as reference Sá-Chaves (2000). From the literature review the following categories emerged: supervisor role characteristics, and strategies, advantages, limitations, and challenges of collaborative supervision. Only three studies were found in Higher Education context. Similar to collaborative supervision, the clinical model presupposes partnerships establishment and a collegial relationship, in which the supervisor helps the supervised to analyze and rethink their professional practice, which allows them to improve teaching. Since supervision conceptions linked to hierarchy still persist, rather than collaboration, from the analysis, we consider it is necessary to invest in projects that prove collaborative supervision value as a professional development promoter. The clinical model seems to be versatile and to allow collaborative supervision strategies incorporation.