Meteorização de um gabro da região de Beja: caracterização geoquímica e mineralógica

Abstract

O perfil de alteração estudado localiza-se numa mancha de Barros Pretos não Cálcarios da região de Beja, cuja rocha-mãe é um gabro olivínico pertencente ao Complexo de Odivelas. Todas as amostras de rocha fresca, de rocha alterada e de solo foram estudadas em lâmina delgada, para compreensão dos fenómenos micromorfológicos, e quimicamente, para estabelecimento do balanço geoquímico e para compreensão da localização e distribuição do cobre e do zinco no decurso da meteorização. As argilas dos horizontes do solo foram caracterizadas por difracção de raios X e quimicamente. No decurso da meteorização do gabro olivínico observou-se uma evolução mineralógica e geoquímica dos minerais, que foi estudada globalmente nesta 1ª fase e será posteriormente continuada com a caracterização mais pormenorizada das diferentes espécies mineralógicas. Nos níveis de alteração constituídos por rochas compactas os minerais mantiveram-se inicialmente juntos para, depois, a olivina e as piroxenas evoluirem rapidamente para plasma primário e apresentarem muitas microfissuras. Observaram-se perdas moderadas de magnésio e de cálcio e pequeno decréscimo de cobre e zinco. Nos horizontes do solo já não se observou a existência de olivina, que entretanto desapareceu e os diâmetros dos minerais de piroxenas e plagioclases sofreram grandes reduções. Ocorreram perdas acentuadas de magnésio e de cálcio e perdas moderadas a fracas de ferro e de sódio. O mineral da argila predominante nestes solos é a beidelite ferrífera, com uma fórmula estrutural típica onde grande parte do cobre e do zinco se localizam.