Avaliação da competência comunicativa em pessoas adultas/idosas com resposta mínima internadas em unidades de medicina intensiva

Abstract

As Unidades de Medicina Intensiva (UMI) são as unidades hospitalares onde se encontram as pessoas em estado mais crítico, submetidas a formas de tratamento e monitorização contínuas e intensivas. Nas Unidades de Medicina Intensiva, a pessoa internada pode necessitar de suporte ventilatório ou encontrar-se sob efeitos da medicação, fatores que podem comprometer a inteligibilidade do discurso, impossibilitar a capacidade de fala ou emissão de sons e tornar a pessoa menos apta para comunicar. Por este motivo, a pessoa internada fica dependente neste contexto, apresentando necessidades comunicativas que nem sempre conseguem ser correspondidas. Em Portugal não existem instrumentos formais para avaliar a competência comunicativa, o que pode limitar a intervenção dos profissionais de saúde nestes casos. Assim, o presente estudo propôs-se a contribuir para a avaliação da competência comunicativa das pessoas com resposta mínima internadas em Unidades de Medicina Intensiva. Pretendeu-se assim, mapear as áreas e os instrumentos de avaliação da competência comunicativa de pessoas adultas/idosas com resposta mínima utilizados em Unidades de Medicina Intensiva e sistematizar as categorias de avaliação da competência comunicativa identificadas. Foi realizada uma Scoping Review de acordo com o protocolo do Joanna Briggs Institute. Assim, entre fevereiro e março de 2022, foi realizada uma pesquisa de artigos nas bases de dados MEDLINE (PubMed), Scopus, Scielo, Business Source Complete (via EBSCOhost), Academic Search Complete (via EBSCOhost) e Web of Science, nos idiomas português, inglês e espanhol. Inicialmente foram obtidas 866 referências. Após seleção de acordo com os critérios de inclusão definidos, foram analisados 8 estudos. Os estudos identificados apresentaram protocolos de avaliação da comunicação e da dor, e permitiram identificar dimensões e categorias para a avaliação da competência comunicativa. Os resultados obtidos na proposta de avaliação para a competência comunicativa reuniram dimensões de áreas multidisciplinares: consciência, cognição, capacidade sensorial, capacidade motora, linguagem, língua, fala e literacia. A informação recolhida proporciona ferramentas para uma formalização de procedimentos de avaliação da competência comunicativa na prática clínica dos Terapeutas da Fala em contexto de medicina intensiva.

Intensive Care Units (ICU) are the hospital units where people in the most critical condition are, submitted to continuous and intensive forms of treatment and monitoring. In Intensive Care Units, the hospitalized person may need ventilatory support or to be under the effects of medication, factors that can compromise speech intelligibility, make it impossible to speak or produce sounds and make the person less able to communicate. For this reason, the hospitalized person becomes dependent in this context, presenting communicative needs that cannot always be met. In Portugal, there are no formal instruments to assess communicative competence, which may limit the intervention of healthcare professionals in these cases. The present study aimed to contribute to the assessment of the communicative competence of people with minimum response hospitalized in Intensive Care Units. Therefore, it was intended to map the areas and tools for assessing the communicative competence of adult/elderly people with minimum response used in Intensive Care Units and to systematize the identified communicative competence assessment categories. A Scoping Review was carried out according to the Joanna Briggs Institute protocol. Thus, between February and March 2022, an article research was carried out in the MEDLINE (PubMed), Scopus, Scielo, Business Source Complete (via EBSCOhost), Academic Search Complete (via EBSCOhost) and Web of Science databases, in the languages Portuguese, English and Spanish. Initially, 866 references were obtained. After selection according to the defined inclusion criteria, 8 studies were analyzed. The identified studies presented communication and pain assessment protocols, and allowed the identification of dimensions and categories for the assessment of communicative competence. The results obtained in the evaluation proposal for communicative competence brought together dimensions from multidisciplinary areas: awareness, cognition, sensory ability, motor ability, language, language, speech and literacy. The information collected provides tools for the formalization of procedures for evaluating communicative competence in the clinical practice of Speech Language Pathologists in the context of intensive care.