The goals and the value business angels perceive from their investment activity

Abstract

Business angels (BAs), also designated as angels, play a vital role in the process of emergence and nurturing entrepreneurial startups at their early stages and keep growing in number and relevance. However, today, they face dramatic challenges from the increasing organisation of their activity through professionalised angel groups. New players (e.g. crowdfunding, venture capital) are also entering their natural arena of early-stage investments. Therefore, this is a critical moment, in which the scientific community and the BAs may reflect and create knowledge about the new way of acting and investing of these investors. The overall purpose of this doctoral thesis is to develop a deeper understanding of the goals and the value angels currently perceive from their investing activity. First, angel goals were analysed under an approach proposing consumer behaviour and perceived value as a new lens of an integrative analysis with the conventional economic and financial views, to obtain a more holistic, richer, and precise view of the angel behaviour. Second, the perceived investment value, already applied to stock market investors, was extended to the angel scope to measure the type of values angels perceive from their activity and their impact on job satisfaction and reinvestment. Third, the angel activity was analysed through the career development theory perspective to uncover the internal motives that drive individuals to invest their money and effort following an angel career. Fourth, since calling became, in recent years, a fundamental topic in work and career development, part of the research was conducted to measure the impact of calling on the angels’ involvement in their activity, and on the value they perceive from it. Both qualitative and quantitative methodologies are adopted: the former is based on interviews with BAs and on the laddering technique; and the latter on structural equation modelling techniques, with which responses of angels worldwide to questionnaires were analysed. This thesis highlights that becoming a BA enhances the opportunity for achieving a high diversity of interrelated goals such as self-development, co-creating value with the entrepreneurs, earning money, having fun and experiencing emotional excitement from investing in startups. The importance of addressing angel activity as a career development process is reinforced. The perception of getting value with the investing activity, including career development, also makes BAs more satisfied and more likely to reinvest. Moreover, those BAs who see their work as a calling are more likely to perceive value from angel investing and more likely to be involved in angel activity. For many individuals, being a BA is not exclusively a financial game; the journey of being an angel is more important than the financial outcome. The “journey” is itself the destination. Finally, crucial implications were identified for angel groups, entrepreneurs and the entire BAs’ ecosystem. The angel experience is personal and non-delegable. Therefore, angels should not be prevented from reaching their deepest personal goals aligned with their lives. Professionalised groups and entrepreneurs should create conditions to let the angels live the angel experience they intend to live, being encouraged to achieve their most important goals. If this happens, BAs will feel more satisfied, increasing their reinvestment opportunities and remaining for a long term in the BAs’ career.

Os business angels (BA), também designados como investidores anjo, desempenham um papel vital no processo de criação e financiamento de startups e continuam a crescer em número e relevância. No entanto, enfrentam atualmente enormes desafios de posicionamento, decorrentes da crescente organização da sua atividade através de grupos de BA profissionalizados e pela entrada de novos atores (ex. crowdfunding, capital de risco) no mercado. Este é um momento crítico, em que a comunidade científica e os BA poderem refletir e criar conhecimento sobre a nova forma de atuar e investir destes investidores. O objetivo principal desta tese é desenvolver uma análise mais profunda dos objetivos e do valor que os BA percebem da sua atividade. Primeiramente, os objetivos dos BA foram analisados sob uma abordagem que propõe o comportamento do consumidor e o valor percebido como uma nova lente de análise integrada com as visões económico-financeiras convencionais, de modo a obter uma visão mais holística, rica e precisa do BA. Em segundo lugar, o valor do investimento percebido, já aplicado aos investidores em bolsa, foi estendido à área dos BAs para medir o valor que os anjos percebem como resultado da sua atividade e o impacto deste na satisfação com o trabalho e na intenção de reinvestimento. Em terceiro, a atividade dos BAs foi analisada à luz das teorias de desenvolvimento de carreira para descobrir os motivos internos que levam os indivíduos a investir o seu dinheiro e esforço numa carreira de BA. Em quarto lugar, uma vez que a calling (vocação) se tornou, nos últimos anos, um tópico fundamental na análise do desenvolvimento da carreira, parte deste estudo foi conduzido para medir o impacto da vocação no envolvimento dos BA na sua atividade e na perceção do valor que dela resulta. Foram adotadas metodologias tanto qualitativas como quantitativas: as primeiras são baseadas em entrevistas com BA e na técnica de laddering, e as últimas na modelagem de equações estruturais com a qual se analisaram respostas a questionários de BA de todo o mundo. Esta tese realça que ser BA aumenta a oportunidade de atingir uma grande diversidade de objetivos pessoais interrelacionados tais como autodesenvolvimento, contribuir para a sociedade, cocriar valor com os empreendedores, ganhar dinheiro, divertir-se e experimentar a excitação emocional de investir em startups. A importância de abordar a atividade de BA como um processo de desenvolvimento de carreira sai reforçada. A perceção de valor com a atividade de investimento, incluindo o desenvolvimento de carreira, torna os BA mais satisfeitos e mais propensos a reinvestir. Além disso, os BA que veem o seu trabalho como uma vocação têm mais probabilidade de perceber o valor do investimento e de se envolverem na sua atividade de anjos. Para muitos indivíduos, ser BA não é apenas um jogo financeiro; pelo contrário, o caminho de ser investidor aparenta ser mais importante que o resultado financeiro. A própria “viagem” é o destino. Finalmente, foram identificadas implicações cruciais para grupos de BA, empreendedores e todo o ecossistema dos BA. A experiência de BA é pessoal e não delegável. Portanto, os BA não devem ser impedidos pelos grupos organizados de alcançar os seus objetivos pessoais mais profundos alinhados com as suas vidas. Grupos profissionalizados e empreendedores devem criar condições para permitir que os BA vivam a experiência que pretendem viver, sendo encorajados a atingir os seus objetivos mais importantes. Se assim for, os BA sentir-se-ão mais satisfeitos e aumentarão as suas oportunidades de reinvestir e permanecer a longo prazo na carreira de BA.