Género e poder: performatividades contra-hegemónicas

Abstract

A liberdade que implica pensar as questões de género, não a partir de um ponto de vista essencialista ou estritamente biológico, mas pensando-as como resultado de performances culturais diversas, encontra-se profundamente conectada com a possibilidade de vivermos em regimes democráticos. Assim, um recuo na democracia e no valor maior da liberdade que ela procura defender (individual e coletiva), tem constituído de forma quase imediata um ataque às possibilidades de vivências de género diversas. O que já se sentia antes da pandemia, tornou-se ainda mais crítico agora quando assistimos, na prática e nos discursos políticos, a ataques cada vez mais violentos a mulheres, homossexuais, transexuais, etc., ataques ainda mais violentos quando diversas variáveis como raça, condição económica e social precária, idade e imigração somam marginalidade a marginalidade.