Adaptative memory: the longevity and encoding independence of the animacy effect and its evidence in people with dementia

Abstract

Distinguishing animates from inanimates is essential for survival. Studies have demonstrated that people recall better animate / living related information (such as animals or humans) over inanimate / nonliving related information (such as objects). This mnemonic advantage is called the “animacy effect”. This project includes three studies that aim to extend the findings on the animacy effect. In Study 1 we collected normative data of animacy for a large set of 224 European Portuguese words and elaborated an animacy database. These data, obtained from 72 participants, allowed us to select the stimuli to be used in the second study. Study 2, which counted with 220 participants, we investigated the longevity of the animacy effect (immediate recall versus 48 hours delayed recall), as well as its independence from encoding instructions (intentional vs. incidental learning). The animacy effect remained significant in both retention intervals and the data revealed that it is independent of encoding. However, two significant interactions were also obtained, one between type of word and encoding and the other between retention interval and encoding. Both interactions were explained by larger effect sizes (Cohen’s d) in the incidental encoding condition over the intentional learning condition. In Study 3 we explored if the animacy effect remains in pathological memory conditions, specifically in patients diagnosed with dementia, as the literature is inconsistent in such field. The study was conducted by consulting data previously collected with 61 people with dementia on the memory item of the Portuguese version of the Mini-Mental State Examination. In such item, participants are asked to retain and recall three words that vary in their animacy status (pear, cat and ball). The results revealed a significant animacy effect in a set of patients diagnosed with dementia. As a whole, these studies provide new evidence about the independence of the animacy effect from encoding instructions as well as about its longevity in memory. The present outcomes suggest that this mnemonic advantage is preserved along the human life span (namely in later life) and seems to resist to the cognitive impairment (like dementia, a disease that mainly impairs memory). Furthermore, we make available to other researchers normative data on animacy which should be helpful for those interested in studying this variable in memory or other areas in which it has proven to be important. Generally, our findings reinforce the robustness of the animacy effect through a new set of experimental manipulations and the inclusion of new groups of participants

Distinguir itens animados de inanimados é essencial para a sobrevivência. Estudos têm demonstrado que as pessoas tendem a recordar melhor a informação relacionada com seres animados / vivos (como animais e pessoas) do que com seres inanimados / não-vivos (como objetos). A esta vantagem mnésica dá-se o nome de “efeito da animacidade”. Neste projeto realizámos três estudos que pretendem aprofundar o conhecimento sobre o efeito da animacidade. No Estudo 1 procedemos à recolha de avaliações da variável animacidade para um conjunto de 224 palavras do Português Europeu. Estes dados, obtidos de uma amostra de 72 participantes, permitiu a elaboração de uma base de dados de animacidade e a posterior seleção de estímulos para o segundo estudo. No Estudo 2, que contou com a participação de 220 participantes, investigámos se o efeito da animacidade varia consoante o intervalo de retenção (recordação imediata versus 48 horas), bem como se depende do tipo de codificação (aprendizagem intencional vs. acidental). Os resultados revelaram um efeito da animacidade significativo em ambos os intervalos de retenção e verificou-se que aquele não depende do tipo de codificação. Obtiveram-se ainda duas interações significativas entre o tipo de palavra e a codificação, bem como entre o intervalo de retenção e a codificação. Ambas as interações se deveram ao facto de o tamanho efeito (d de Cohen) ser superior na condição acidental do que na intencional. No Estudo 3 pretendemos averiguar se o efeito da animacidade se mantém em quadros patológicos de deterioração mnésica, dado a literatura ser inconsistente quanto a esta temática. Para tal, recolhemos os resultados previamente obtidos por 61 utentes com demência no item de memória da versão portuguesa do Mini-Mental State Examination. Neste item, é solicitado ao participante que retenha e recorde três palavras que variam quanto ao seu estatuto de animacidade (pera, gato e bola). Os resultados revelaram um efeito significativo da animacidade na demência. Estes estudos fornecem novas evidências sobre a independência do efeito da animacidade quanto às condições de codificação, assim como sobre a sua longevidade menésica. Os resultados sugerem que esta vantagem mnésica se mantém ao longo do desenvolvimento humano (nomeadamente em idosos) e que parece resistir mesmo quando já estão em curso processos de declínio cognitivo mais avançados (nomeadamente demência, patologia de degeneração mnésica). Adicionalmente, disponibilizamos à comunidade científica um conjunto de dados normativos de animacidade que poderão orientar as suas escolhas de material para estudos de memória, ou outras áreas nas quais a animacidade possa ser relevante. De um modo global, os nossos estudos reforçam a robustez do efeito da animacidade usando um novo conjunto de manipulações experimentais e novos grupos de participantes.