Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10773/23720
Title: Qualidade de vida na esquizofrenia: contributos para a mudança de paradigma
Other Titles: Quality of life in schizophrenia: contributions to the paradigm shift
Author: Pinho, Lara Manuela Guedes de
Advisor: Pereira, Anabela Sousa
Chaves, Cláudia Margarida Correia Balula
Keywords: Psicologia clínica
Esquizofrenia
Qualidade de vida
Desenvolvimento de competências
Desenvolvimento social
Defense Date: 2018
Publisher: Universidade de Aveiro
Abstract: A esquizofrenia é, talvez, a perturbação mental mais devastadora e disfuncional, prejudicando, frequentemente, o desenvolvimento de competências socias e ocupacionais. Os objetivos desta investigação são adaptar e validar para a população portuguesa a Quality of Life Scale (QLS) e estudar a qualidade de vida dos indivíduos com esquizofrenia, analisando a relação entre esta e as características sociodemográficas e clínicas, bem como a satisfação com o suporte social. Inicialmente foram realizadas duas revisões sistemáticas da literatura (estudos 1 e 2) e uma revisão reflexiva (estudo 3), para melhor conhecer o estado da arte. Estas serviram de suporte para o contributo empírico que é constituído por cinco estudos cuja metodologia é de natureza quantitativa, do tipo transversal e correlacional. A amostra global é constituída por 282 indivíduos, de nacionalidade portuguesa, com o diagnóstico de esquizofrenia, sendo 112 (39,7%) do género feminino e 170 (60,3%) do género masculino, com uma média de idades de 46,15 anos (± 13,126). Foram utilizados os seguintes instrumentos de avaliação: questionário sociodemográfico e clínico, WHOQOL-BREF, QLS7PT e Escala de Satisfação com o Suporte Social (ESSS). A análise dos dados recorreu ao uso do SPSS, versão 22.0, tendo sido realizadas análises descritivas e inferenciais. Foram efetuados dois estudos piloto, o primeiro, com 198 participantes que analisou as características sociodemográficas da amostra e verificou a relação entre a coabitação e o grau de satisfação com o suporte social (estudo 4). Já o segundo, com 268 participantes, comparou as características sociodemográficas e clínicas e os resultados da ESSS com a qualidade de vida, utilizando a WHOQOL-BREF (estudo 5). Os estudos 6, 7 e 8 foram realizados com uma amostra de 282 indivíduos. O primeiro, efetuou a adaptação e validação da versão reduzida da Quality of Life Scale (QLS), para a população portuguesa (QLS7PT), que demonstrou boas propriedades psicométricas (estudo 6). O seguinte, analisou a relação entre a qualidade de vida (QLS7PT) e aspetos sociodemográficos e clínicos (estudo 7). O último, avaliou a influência da satisfação com o suporte social na qualidade de vida (QLS7PT) (estudo 8). Em relação aos resultados mais relevantes, verificou-se que o emprego/ocupação é extremamente significativo para a qualidade de vida das pessoas com esquizofrenia. Outros dados indicaram ainda, que esta pode ser influenciada pela coabitação, tempo de doença, idade, escolaridade, medicação com neurolépticos de primeira geração e existência de internamentos anteriores. A evidência dos nossos resultados mostrou ainda que a satisfação com o suporte social, tendo especial destaque a satisfação com os amigos e com a intimidade, está fortemente relacionada com a qualidade de vida. Estes dados estão ainda pouco estudados e são de elevada utilidade e pertinência tanto para a investigação como para a prática clínica. Sendo uma das perturbações mentais mais incapacitantes a nível mental, social e ocupacional, o nosso grande contributo para a mudança de paradigma é a disponibilização da escala QLS7PT para utilização e avaliação nas intervenções em saúde mental e em futuras investigações. Assim, consideramos que é necessária uma intervenção precoce, focalizada em programas de reabilitação psicossocial que englobem o treino de competências sociais e relacionais, tendo em consideração a melhoria dos fatores moldáveis que influenciam a qualidade de vida, como a ocupação e a promoção de redes sociais de apoio estáveis e consistentes, bem como estratégias para a redução do estigma.
Schizophrenia is perhaps the most devastating and dysfunctional mental disorder, often jeopardizing the development of social and occupational skills. The aims of this research are to adapt and validate the Quality of Life Scale (QLS) for the Portuguese population and to study the quality of life of individuals with schizophrenia by analysing the relationship between this and sociodemographic and clinical characteristics, as well as satisfaction with social support. Initially, two systematic reviews of the literature (studies 1 and 2) and a reflective review (study 3) were conducted to understand the state of the art better. These would serve as support for the empirical contribution consisting of five studies whose methodology is quantitative, and cross-sectional and correlational. The overall sample consisted of 282 Portuguese individuals, diagnosed with schizophrenia with 112 females (39.7%) and 170 males (60.3%) with an average age of 46.15 (±13.126). The following assessment tools were used: a sociodemographic and clinical questionnaire, the WHOQOL-BREF, the QLS7PT and the Satisfaction with Social Support Scale (ESSS). Data analysis was performed using SPSS, version 22.0 with descriptive and inferential analysis being carried out. Two pilot studies were conducted: the first with 198 participants analysed the sociodemographic characteristics of the sample and found the relationship between cohabitation and the degree of satisfaction with social support (study 4). The second, with 268 participants, compared the sociodemographic and clinical characteristics and the results of the ESSS with quality of life, using the WHOQOL-BREF (study 5). Studies 6, 7 and 8 were conducted with a sample of 282 subjects. The first involved adapting and validating the reduced version of the Quality of Life Scale (QLS) for the Portuguese population (QLS7PT), which demonstrated good psychometric properties (Study 6). The following study, examined the relationship between quality of life (QLS7PT) and sociodemographic and clinical aspects (study 7). The last one evaluated the influence of satisfaction with social support on quality of life (QLS7PT) (Study 8). With regard to the most relevant results, it was found that employment/occupation is extremely significant for the quality of life of people with schizophrenia. Other data also indicated that this may be influenced by cohabitation, disease duration, age, education, medication with first generation neuroleptics and the existence of previous hospitalization. Our results also showed that satisfaction with social support, with special emphasis on satisfaction with friends and intimacy, is strongly related to quality of life. These data are still poorly studied and are highly useful and relevant both for research and for clinical practice. Being one of the most disabling mental disorders, at both the social and occupational level, our major contribution to the paradigm shift is making of QLSscale7PT available for use and assessment of mental health interventions and for future research. We therefore consider that early intervention is needed, focused on psychosocial rehabilitation programmes covering the training of social and relational skills, taking into account the improvement of mouldable factors that influence quality of life, such as employment and the promotion of stable and consistent social support networks, as well as strategies for reducing stigma.
Description: Doutoramento em Psicologia
URI: http://hdl.handle.net/10773/23720
Appears in Collections:UA - Teses de doutoramento
DEP - Teses de doutoramento

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
TESE_DOUTORAMENTO_LARA_GUEDES_DE_PINHO_12-04-2018.pdf3.82 MBAdobe PDFView/Open


FacebookTwitterLinkedIn
Formato BibTex MendeleyEndnote Degois 

Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.