Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10773/16188
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dc.contributor.advisorAnçã, Maria Helenapt
dc.contributor.authorReste, Carmen Maria Dominguespt
dc.date.accessioned2016-10-10T16:00:53Z-
dc.date.available2016-10-10T16:00:53Z-
dc.date.issued2014-
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10773/16188-
dc.descriptionDoutoramento em Didática e Formaçãopt
dc.description.abstractOs fenómenos migratórios têm contribuído para a configuração de uma realidade sociocultural diversa que marca as sociedades do século XXI. Portugal não é exceção, sendo um dos países onde mais aumentou proporcionalmente a imigração legal permanente, fenómeno coexistente com a emigração da sua população. Neste contexto de migrações reconfiguram-se identidades, não apenas para os migrantes mas também para os autóctones, cuja (re)construção balança entre a semelhança e a diferença. Sem esta relação, a identidade fica comprometida, pois ela existe fundamentalmente pelo reconhecimento dos outros. A liberdade cultural e linguística é também uma dimensão do desenvolvimento humano, pelo que tem vindo a ganhar proeminência a promoção da diversidade linguística e cultural, e a consequente educação intercultural, que se assume como espaço privilegiado de reflexão e ação. Defende-se que a verdadeira integração dos imigrantes terá de ser multilingue e não pode ser realizada apagando as suas diferenças, nem obrigando-os a abandonar as suas línguas nativas e culturas. O domínio da Língua Portuguesa é uma das vias mais poderosas para a integração dos estrangeiros a residir em Portugal, tanto como garantia da autonomia individual que faculta o exercício de uma cidadania ativa, como de harmonia social ao nível coletivo. A escola portuguesa, atenta a este facto, vê reconhecida, por parte do Ministério da Educação, a Língua Portuguesa como fator de integração. Todavia, esse reconhecimento contrasta com a indiferença perante as línguas maternas dos alunos estrangeiros, ignorando-se, assim, um importante elemento das suas pertenças identitárias. Neste âmbito, alguns autores afirmam que a escola portuguesa nem sempre tem praticado uma verdadeira educação intercultural, adotando, pelo contrário, parte das características hegemónicas da cultura dominante, o que se traduz, por conseguinte, no esmagamento simbólico (coletivo) das culturas minoritárias. O nosso estudo usa as Representações Sociais como formas de conhecimento prático que permitem a compreensão do mundo e a comunicação, proporcionando coerência às dinâmicas sociais. Procurámos fazer, através delas, uma leitura da valorização da diversidade linguística e cultural na escola, uma vez que as Representações Sociais que se têm do Outro justificam a forma como se interage com ele e imprimem direção às relações intra e intergrupais. A investigação que aqui apresentamos procura dar primazia à “voz” do aluno como fonte de conhecimento, aos fenómenos, a partir das experiências interindividuais e intergrupais, e à forma como as pessoas experienciam e interpretam o mundo social que constroem interativamente. Para esse efeito, recolhemos dados através de entrevistas semidiretivas individuais junto de dez alunos autóctones e dez alunosestrangeiros de uma mesma escola. Complementarmente, realizámos entrevistas aos Encarregados de Educação de oito dos alunos entrevistados, quatro de cada grupo, aos cinco Diretores de Turma desses alunos e ao Diretor da escola. Do ponto de vista metodológico, a presente investigação desenvolveu-se de acordo com uma abordagem de natureza qualitativa, relacionada com um paradigma fenomenológico-interpretativo – os fenómenos humanos e educativos apresentam-se, na sua complexidade, intimamente relacionados e a sua compreensão exige a reconciliação entre a epistemologia e o compromisso ético. Procurando uma leitura global dos resultados obtidos, e à semelhança de alguns estudos, a nossa investigação demonstra que, ao não se promover proativamente uma educação intercultural – designadamente a sua função de crítica cultural e o combate a estereótipos e preconceitos que essencializam as diferenças do Outro culturalmente diverso –, a escola não prepara os alunos para a sociedade contemporânea, culturalmente diversa, dinâmica e com um elevado nível de incerteza, nem para uma abordagem positiva e frontal dos conflitos em toda a sua complexidade. À escola impõem-se ainda muitos desafios relativos às muitas diversidades que acolhe no seu seio, de forma a que todos aqueles que constituem a comunidade escolar – designadamente os alunos, sejam eles estrangeiros ou autóctones – se sintam parte integrante dela, respeitados tanto pelas suas raízes, como pelas múltiplas pertenças dinamicamente em (re)construção, como, ainda, pelos seus projetos de futuro. A informação, por si só, não promove a ação. Revela-se necessária a adoção de estratégias de intervenção que concretizem a informação nas práticas escolares quotidianas, que promovam encontros positivamente significativos, que favoreçam a igualdade social e o reconhecimento das diferenças e, ainda, que previnam atitudes discriminatórias. Para essas estratégias de intervenção serem uma constante no quotidiano das nossas escolas, a didática intercultural deve ser incentivada e operacionalizada, tanto na prática pedagógica como na formação inicial e contínua dos professores.pt
dc.description.abstractMigratory phenomena have contributed to the configuration of a diverse sociocultural scene which marks the societies in the 21st century. Portugal is no exception, and is one of the countries where permanent legal immigration has increased more proportionally, which coexists with the emigration of its population. In this context of migration, identities are reconfigured, not only for migrants but also for natives, whose (re)construction sways between similarity and difference. Without this relationship, identity is compromised, as it exists primarily by the recognition of others. Cultural and linguistic freedom is also a dimension of human development, and therefore the promotion of linguistic and cultural diversity has been gaining prominence, as well as the resulting intercultural education, which is assumed as a privileged space for reflection and action. It is argued that true integration of immigrants will have to be multilingual and can not be held by erasing their differences, or forcing them to abandon their native languages and cultures. Mastery of the Portuguese language is one of the most powerful ways for the integration of foreigners living in Portugal, as a guarantee both of individual autonomy that provides the exercise of active citizenship, and of social harmony at the collective level. The Portuguese school is aware of this fact, as the Ministry of Education recognizes the Portuguese Language as a factor of integration. However, this recognition contrasts with the indifference towards the mother tongues of foreign students, which means that an important element of their identity affiliations is ignored. In this context, some authors claim that the Portuguese school has not always put intercultural education into practice, adopting, instead, part of the hegemonic characteristics of the dominant culture, which is reflected, therefore, in the (collective) symbolic crushing of minority cultures. Our study makes use of Social Representations as forms of practical knowledge that enable the world's understanding and communication, providing coherence to social dynamics. We tried to understand, through them, the valuing of linguistic and cultural diversity in the school, since the social representations that one holds of the Other justify the way one interacts with them and print direction to intra- and intergroup relationships. The research presented here seeks to give primacy to the "voice" of the student as a source of knowledge; to phenomena, based in interindividual and intergroup experiences; and to the way people experience and interpret the social world that they build interactively. To this end, semi-directive individual interviews were carried out with ten native students and ten foreign students from the same school. In addition, interviews were carried out with the Parents or Guardians of eight of the interviewed students, four from each group, the Class Directors (five) of these students, and the School Principal.From a methodological point of view, this research was developed according to a qualitative approach, related to a phenomenological-interpretative paradigm – the human and educational phenomena, in their complexity, present themselves closely related, and their comprehension requires reconciliation between epistemology and ethical commitment. As a global reading of the results achieved, and similarly to some studies, our research demonstrates that by not proactively promoting an intercultural education – namely its function of cultural criticism and combat against stereotypes and prejudice that essentialize the differences of the culturallydiverse Other –, school does not prepare students for the culturally-diverse, dynamic and uncertain contemporary society, nor for a positive and frontal approach of conflicts in all their complexity. School is faced with many challenges still, related to the many diversities it welcomes in its womb, so that all those who make up the school community – namely students, whether foreign or native – feel part of it, respected both for their roots, for their multiple belongings dynamically in (re)construction, as also for their future projects. Information by itself does not promote action. It is necessary to adopt intervention strategies that implement information in daily school practice, promote positively significant encounters, foster social equality and recognition of differences, and also prevent discriminatory attitudes. So that these intervention strategies are present in everyday schools, intercultural didactics should be encouraged and nurtured, both in pedagogical practice and in initial and continuous training of teachers.pt
dc.description.abstractLos fenómenos migratorios han contribuído para la configuración de una realidad sociocultural diversificada que marca las sociedades del siglo XXI. Portugal no es excepción y es, proporcionalmente, uno de los países del mundo en el cual la inmigración legal permanente aumentó más. Este fenómeno coexiste con la emigración de la población. En este contexto de migraciones se reconfiguran identidades, no solamente con relación a los migrantes sino también a los autóctones, cuyas identidades balancean entre la semejanza y la diferencia. Sin esta relación, la identidad queda comprometida, una vez que ella existe fundamentalmente a través del reconocimiento de los otros. La libertad cultural y lingüística es también una dimensión del desarrollo humano, por lo cual ha ganado proeminencia la promoción de la diversidad lingüística y cultural, y la consecuente educación intercultural, que se asume como espacio privilegiado de reflexión y acción. Asumimos que la verdadera integración de los inmigrantes tendrá que ser multilingüe y no puede ser realizada borrando sus diferencias ni obligándolos a abandonar sus idiomas nativos ni sus culturas. El dominio de la Lengua Portuguesa es una de las vías más poderosas de la integración de los extranjeros que residen en Portugal, tanto como garantía de autonomía individual que facilita el ejercicio de una ciudadanía activa, como de armonía social a nivel colectivo. La escolaridad portuguesa está atenta a este hecho y siente reconocida, por parte del Ministerio de Educación, la importancia del idioma del país de destino como factor de integración. Algunos autores afirman que existen, en Portugal, algunas situaciones en las cuales no se ha practicado una verdadera Educación Intercultural. En estos casos, la escuela toma el partido de las características hegemónicas de la cultura dominante, lo que en consecuencia presupone la destrucción simbólica (colectivo) de las culturas minoritarias. Nuestro estudio enfoca las Representaciones Sociales como formas de conocimiento práctico o saber que permiten la comprensión del mundo y la comunicación, proporcionando coerencia a las dinámicas sociales. A través de ellas, procuramos realizar una lectura de la valoración de la diversidad lingüística y cultural en la escuela, una vez que las Representaciones Sociales que tenemos del Otro justifican la manera como se interacciona con él y como se direccionan las relaciones intra e inter grupales. Los datos del estudio cualitativo que aquí presentamos procuran dar prioridad a la voz del alumno como fuente de conocimiento; al estudio de los fenómenos a partir de las experiencias inter individuales e intergrupales, además del interés en conocerse la manera en que la gente experimenta e interpreta el mundo social que construye interactivamente. Bajo el punto de vista metodológico, la presente investigación se ha desarrollado de acuerdo con un enfoque cualitativo en relación con un paradigma fenomenológico-interpretativo, en el cual la complejidad de los fenómenos humanos y educativos se presentan íntimamente relacionados y se procuran comprender relacionando la epistemología con el compromiso ético. Procurando una lectura global de los resultados obtenidos y a semejanza de otros estudios, nuestra investigación demostra que, cuando no se promueve una educación intercultural proactivamente - sobre todo su función de crítica cultural y el combate de los tópicos y prejuicios que son la esencia de las diferencias del otro culturalmente diverso - no se prepara el alumnado para la sociedad contemporánea, culturalmente diversa, dinámica e inconstante, ni tampoco para un enfoque positivo y frontal de los complejos conflictos inherentes. A la escuela le esperan todavía muchos retos relacionados con las diversidades que abriga en su seno para que todos los miembros de la comunidad escolar - especialmente el alumnado, sea extranjero o autóctone – se sientan en ella como parte integrante, respetados tanto por sus raíces como por sus múltiples pertenencia dinámicamente en (re) construcción y, además, por sus proyectos de futuro. La información por sí sola no promueve la acción, por lo tanto es necesario que la acción educativa promueva las estrategias de intervención que permitan introducir la información en las prácticas escolares cotidianas; que sea promotora de encuentros positivamente significativos, favoreciendo tanto la igualdad social como el reconocimiento de las diferencias y previniendo, además, las actitudes discriminatorias. Para que esas estrategias de intervención se transformen en una práctica cotidiana constante en nuestras escuelas, tanto la didáctica intercultural como la formación de profesores deben constituirse en un incentivo y ser «operacionalizadas».pt
dc.language.isoporpt
dc.publisherUniversidade de Aveiropt
dc.relationDGAEpt
dc.rightsopenAccesspor
dc.subjectDidáticapt
dc.subjectDesenvolvimento dos currículospt
dc.subjectEducação interculturalpt
dc.subjectRepresentação socialpt
dc.subjectDiversidade linguísticapt
dc.subjectLíngua portuguesapt
dc.subjectImigraçãopt
dc.subjectMulticulturalismopt
dc.subject.otherRepresentações Sociaispt
dc.subject.otherIdentidade / Alteridadept
dc.subject.otherEducação Interculturalpt
dc.subject.otherImigraçãopt
dc.subject.otherLíngua Portuguesapt
dc.titleDas representações sociais à educação intercultural: identidade/alteridade de alunos autóctones e estrangeiros numa escola multiculturalpt
dc.typedoctoralThesispt
thesis.degree.leveldoutoramentopt
thesis.degree.grantorUniversidade de Aveiropt
dc.identifier.tid101418124-
Appears in Collections:UA - Teses de doutoramento
DEP - Teses de doutoramento

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