Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10773/11019
Título: Estudo detalhado de isótopos de Nd e Sr em sedimentos do core KC 024-19 (talude continental da Galiza): contributo para a caracterização das fontes dos níveis de Heinrich
Autor: Santos, J. F.
Martins, V.
Ribeiro, S.
Carvalho, A. T.
Matinhas, C.
Dias, J. M. A.
Rocha, F.
Palavras-chave: Proveniência de sedimentos
Transporte por icebergues
Quatro últimos eventos de Heinrich
Estreito de Hudson
Data: Set-2013
Editora: Ilustre Colegio Oficial de Geólogos
Resumo: Neste trabalho, actualizam-se os dados isotópicos de Nd e Sr que esta equipa tem vindo a obter nos últimos anos com base em amostras do core KC 024-19 (-2765 m, 42°08’98’’N, 10°29´96’’W). Este core foi colhido no talude continental da Galiza e, nele, está representada a sedimentação ocorrida nos últimos 40 ka. No nosso estudo, dá-se particular destaque aos quatro níveis de Heinrich (H1 a H4) que foram identificados no core, com o fim de obter informação que contribua para a identificação das áreas fontes dos materiais transportados pelos icebergues cujas descargas originaram esses níveis. As análises na fracção grosseira não carbonatada dos sedimentos exteriores aos níveis de Heinrich permitem concluir que as razões 143Nd/144Nd e 87Sr/86Sr variam de 0.512070 (εNd=-11.1) a 0.511949 (εNd=-13.4) e de 0.725537 a 0.739527, respectivamente. Estes valores estão de acordo com o expectável em materiais detríticos provenientes da erosão da crosta continental varisca que ocupa o sudoeste da Europa (incluindo a Península Ibérica). Já nos níveis de Heinrich, a variabilidade isotópica do Nd é bastante mais acentuada, sendo particularmente notáveis, na fracção detrítica grosseira, valores de 143Nd/144Nd significativamente mais baixos, tais como 0.511535 (εNd = -21.5; em H1, a 46-47 cm), 0.511665 (εNd = -19.3; em H2, a 99-100 cm) e 0.511030 (εNd = -31.4, em H4, a 46-47 cm). Em contraste, com os valores baixos de 143Nd/144Nd obtidos na parte superior de H1, registam-se, na zona inferior do mesmo nível, valores (por exemplo: 0.512173, correspondendo a εNd = -9.1, a 52-53 cm) que são até superiores aos dos sedimentos exteriores aos níveis de Heinrich. Em termos de composição isotópica de Sr, os níveis H1, H2 e H4 não se distinguem dos sedimentos envolventes. Por seu turno, H3 é o mais peculiar de todos os níveis analisados pois apresenta sistematicamente valores baixos de 87Sr/86Sr (0.713926 a 0.724467) e altos de 143Nd/144Nd, sendo aqui que se obtém o valor máximo de εNd (-8.4, correspondendo a 143Nd/144Nd=0.512208, a 128-129 cm) registado em todo o core. Os valores muito baixos de εNd registados nos níveis H1, H2 e H4 sugerem que eles incorporam clastos lançados por icebergues provenientes do nordeste da América (coberto pelo Laurentide Ice Sheet - LIS - durante o período glacial) e/ou do oeste da Gronelândia, visto que ambas áreas se caracterizam por afloramentos de soco precâmbrico, cujas rochas apresentam composições isotópicas de Nd compatíveis com as obtidas naqueles níveis. Tendo em conta que, ao longo de todo o core, os valores mínimos de εNd coincidem com os máximos da abundância de dolomite, parece poder-se concluir que a origem mais provável dos icebergues responsáveis por estas características terá sido o LIS e que a sua drenagem para o Atlântico terá ocorrido através do estreito de Hudson, pois são conhecidos importantes depósitos detríticos de carbonatos, contendo dolomite, no mar de Labrador, junto àquele estreito (Andrews & Tedesco, 1992; Jullien et al., 2006). O nível H1, contudo, também inclui, na sua parte inferior, horizontes com um enriquecimento relativo de Nd radiogénico (εNd com valores de - 9.2 e -9.0, a 52-53 cm e 56-57 cm, respectivamente), o que parece apoiar a hipótese, apresentada por Grousset et al. (2001), de H1 ter tido um episódio inicial de deposição de material com contributo de fontes da Europa e da Islândia. No caso do nível H3, obtiveram-se composições isotópicas de Nd e Sr muito semelhantes às características da Gronelândia oriental e do estreito de Fram, pelo que os icebergues responsáveis pelos clastos grosseiros de H3 poderiam ter provindo da área abarcando aquelas zonas. Em alternativa, as composições isotópicas de H3 também poderiam corresponder a misturas de materiais da crosta continental da Europa ocidental com materiais de crosta juvenil da Islândia e/ou das Faroe.
Peer review: yes
URI: http://hdl.handle.net/10773/11019
Versão do Editor: http://www.icog.es/gq2013/index.html
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